Rubens Pereira Jr: Irmã Água 

No tempo de São Francisco, respeitar a natureza era uma necessária comunhão com o divino. Nos dias em que vive o Papa Francisco, além disso, passou a ser uma questão de sobrevivência da própria espécie humana.

Se os benefícios da tecnologia aumentaram a qualidade de vida de bilhões de seres humanos, a exploração desenfreada dos recursos naturais para gerar tais tecnologias coloca em risco a própria sustentabilidade da vida humana sobre a terra.

Com sua encíclica, o Papa Francisco faz uma advertência para toda a humanidade. A preocupação com o futuro da humanidade diante da crise de recursos naturais já abandonou a ciência e chegou às artes há algum tempo. O caso mais recente é o filme Mad Max que mostra um futuro de guerras por água.

Apesar de um possível futuro catastrófico não ser uma hipótese apenas da ficção científica, nem uma possibilidade tão distante, o que mais me toca o coração é ver situações já de restrição hídrica, em um cenário de abundância.

O que dizer de milhares de famílias privadas do uso de água limpa e encanada em pleno Maranhão, este quinhão de terra abençoado por Deus com seus mananciais e rios abundantes? Como diz o poeta, é como morrer de sede em frente ao mar. É o que passam os maranhenses, após 50 anos de descaso de uma elite alienada da realidade vivida pelo povo de nosso estado.

No caso do Maranhão, não sofremos com a falta d´água por fenômenos naturais, mas pela absoluta inação humana de alguns que nos governaram. Gerações inteiras de mulheres maranhenses a passar a vida carregando uma lata d´água na cabeça.

É diante dessa situação que o governador Flávio Dino está agindo, cumprindo sua promessa de campanha de criar o Água para Todos. Serão ainda muitos meses de trabalho pela frente até atingirmos a meta necessária de fornecer água a todos os moradores do estado. Mas o que importa em uma grande caminhada é o primeiro passo. E esse já foi dado com a força de vontade do nosso governador e a confiança e trabalho do nosso povo.