Grécia decreta feriado bancário e BCE decide manter empréstimos

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou neste domingo (28) um feriado bancário e controles de capitais. Tsipras criticou a ação dos parceiros europeus e o Banco Central Europeu (BCE) por levar o país a atual crise econômica e reafirrmou a decisão de realizar o referendo no próximo domingo.

Grécia Bancos

"(A rejeição) do pedido do governo grego por uma curta extensão do programa foi um ato sem precedentes para os padrões europeus, questionando o direito de um povo soberano de decidir", afirmou Tsipras em discurso em rede nacional de televisão.

"Esta decisão levou o BCE hoje a limitar a liquidez disponível para os bancos gregos e forçou o banco central grego a sugerir um feriado bancário e restrições em saques bancários", salientou. Tsipras não deu detalhes sobre quanto tempo os bancos ficariam fechados ou sobre a restrição à circulação de capital.

O BCE, por sua vez, decidiu também neste domingo manter os empréstimos de emergência aos bancos gregos nos níveis atuais.

“Dadas as circunstâncias atuais, o conselho do BCE decidiu manter o limite máximo para prestação de assistência de liquidez de emergência para os bancos gregos ao nível decidido na sexta-feira, dia 26 de junho”, explicou a nota.

O banco informou ainda que, na sequência da decisão das autoridades gregas, de realizar um referendo e da não prorrogação do programa de ajustamento da União Europeia para a Grécia, o conselho do BCE trabalhará em estreita colaboração com o Banco Central da Grécia para manter a estabilidade financeira.

Após a decisão, o presidente do Banco Central da Grécia, Yannis Stournaras, informou que o “o banco, como membro do Eurosistema, tomará todas as medidas necessárias para garantir a estabilidade financeira para os cidadãos gregos em tais circunstâncias difíceis”.

Na terça-feira (30) termina o prazo do atual programa de assistência e o governo do país decidiu fazer um referendo no dia 5 de julho para que o povo grego decida se aceita o acordo proposto pelos credores: Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE).