Deputada considera normal mulher ser vítima de violência masculina

A deputada federal Keiko Ota (PSB-SP), vice-presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher da Câmara, em conversa com o Brasil Post, disse considerar justificável a violência do homem contra o sexo feminino.

Por Laís Gouveia, do Portal Vermelho 

Deputada considera normal mulher ser vítima de violência masculina

Keiko diz ter sido inspirada ao ler um livro [Pedagogia Seicho-No-Ie] que aborda as diferenças entre os sexos. "Se os dois fazem a mesma função, não dá certo. Briga e leva até a morte. A mulher tem uma característica toda arredondada. Pode ver: os seios, o quadril, de envolver. O homem é todo rígido, força, razão, entendeu? Quando eles se casam e a mulher quer fazer o mesmo papel que ele, entra em conflito."

A deputada afirmou ainda que homem não gosta de mulher que fala alto e quando não dá certo a relação por ódio e raiva, é natural o parceiro sair com vontade de matar a parceira.

Feminicídio em alta 

A reprodução do discurso machista, em um país que os números de feminicídios são alarmantes, só reafirma a batalha que as mulheres precisam travar cotidianamente, para conquistar os seus direitos básicos na sociedade e nos espaços de poder.

Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de feminicídios foi 5,82 óbitos por 100.000 mulheres, no período 2009-2011, no país. Estima-se que ocorreram, em média, 5.664 mil mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada 1 hora e meia.

Polêmicas

Defensora ferrenha da redução da maioridade penal, Keiko teve um filho assassinado aos 8 anos de idade. O caso da deputada poderia soar semelhante ao de outros pais que perderam seus filhos ao serem assassinados por menores de idade. Mas na situação enfrentada por Keiko, o desfecho é completamente contrário. Seu filho foi vítima de um sequestro em 1998, na capital paulista. O líder do bando era, na época, um Policial Militar. Mais um exemplo provado por estudos sobre a influência dos adultos na grande maioria dos crimes cometidos por menores.

Com o lema do combate à violência, Ota foi candidata a Deputada Federal por São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro e foi reeleita. Obteve 102.963 votos

A deputada comemora com Eduardo Cunha a votação a favor da redução da maioridade penal na Câmara.