Poroshenko expõe condições para conceder status especial a Donbas
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, expôs as condições inapeláveis para a entrada em vigor de um projeto de lei sobre um status especial para as regiões de Donetsk e Lugansk, no sudeste do país.
Publicado 21/07/2015 14:49

Apesar do estipulado no pacote de acordos pactuado em Minsk, no dia 12 de fevereiro passado, Poroshenko insistiu que os grupos de autodefesa da população insurgida no sudeste devem ser desarmados.
Além disso, o presidente ucraniano, que dirige um governo que chegou ao poder em fevereiro de 2014, depois de uma ruptura constitucional, exige a saída de tropas russas da região do Donbas, um argumento que Moscou denuncia como uma falácia de Kiev.
Meios de imprensa locais consideram que Poroshenko tenta retomar o tema da participação russa no conflito, enquanto evita falar de uma guerra fratricida entre ucranianos que em nada está relacionada com uma ação antiterrorista, como é abordada em Kiev.
Poroshenko também fala de recuperar o controle sobretudo do perímetro da fronteira com a Rússia, onde tentam construir uma delimitação com ajuda de cerca, alambrados e fortificações, com um custo milionário em uma nação à beira da bancarrota.
O chefe de Estado, cuja legitimidade foi posta em dúvida pela Rússia, após eleições viciadas e sem participação do sudeste ucraniano em junho de 2014, exigiu eleições locais democráticas, transparentes e honestas em Donetsk e Lugansk.
Cerca de 6.500 pessoas morreram e mais de 15 mil ficaram feridas, em sua maioria civis, desde o início em abril de 2014 de uma operação de castigo contra a população insurgida no sudeste ucraniano, onde o exército utilizou aviação e armas proibidas.
No entanto, ao tentar justificar esse passo diante de alguns partidos na Rada Suprema (parlamento unicameral), Poroshenko afirmou que com os recursos da venda do carvão, o Donbas devia reconstruir "o que eles mesmos destruíram".
Cerca de 2,2 milhões de ucranianos tiveram que abandonar seus lares por causa do conflito, iniciado depois que o governo de Poroshenko decidiu eliminar pela força aqueles que reclamam o russo como segundo idioma oficial, mais autonomia e um enfrentamento ao auge do neofascismo.