Comunidade internacional elogia banco do Brics

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB – sigla inglesa), lançado terça-feira (21) pelos Brics, o bloco de países emergentes, recebeu fortes elogios da comunidade internacional, particularmente quanto ao seu papel no estabelecimento de um sistema de governança global mais justo.

Brics

O banco, baseado em Xangai e que se destina a financiar projetos de infraestruturas, iniciará as suas operações no final deste ano ou início de 2016, segundo o acordo alcançado há um ano, durante a sexta cúpula da organização realizada no Brasil, pelos países integrantes dos Brics, que conta ainda com Rússia, Índia, China e África do Sul.

"Sem nenhum corte de fita, a cerimônia de inauguração do NDB durou não mais do que 30 minutos”, segundo informações do jornal cingapuriano “Lianhe Zaobao” citadas pela Xinhua, a agência noticiosa chinesa.

"O estabelecimento do Banco ajudará a resolver o problema da falta de financiamentos e investimentos em infraestruturas nos mercados emergentes e países em desenvolvimento, e vai estimular o desenvolvimento sustentável e a recuperação da economia global”, disse o Ministro chinês das Finanças, Lou Jiwei, citado pela mesma fonte.

Informações difundidas pela BBC indicam que o NDB vai emprestar dinheiro aos países em desenvolvimento para ajudá-los a desenvolver infraestrutura, observando que "o grupo diz não ser rival" do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"O nosso objetivo não é desafiar o sistema existente, mas sim melhorar e complementar o sistema a nossa própria maneira" disse o presidente do NDB, Kundapur Vaman Kamath.

De acordo com Jim O'Neill, um economista britânico que inventou o termo "Bric", a influência dos Brics é susceptível de evoluir como um grupo em termos de governação global.

"Temos de esperar para ver o que o banco vai priorizar em termos de empréstimos e projetos," disse ele. "Mas se pode pensar em muitas boas ideias, incluindo redes de infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, especialmente aquelas compartilhadas entre países.

Reinaldo Gonçalves, professor de economia internacional na Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse a ‘Sputnik Brasil’, que o NDB e o Arranjo Contingente de Reserva “são uma alternativa interessante" ao FMI.

A China irá contribuir com 41 bilhões de dólares para o estoque de capital; enquanto a Índia, o Brasil e a Rússia contribuirão com 18 bilhões de dólares cada; e a África do Sul disponibilizará 5 bilhões de dólares.