Criação de rede nacional de banco de alimentos é desafio no país
O aprimoramento de uma rede em todo o território nacional para os bancos de alimentos destinados à doação foi tema de oficina feita nesta quinta-feira (22) na capital paulista. Representantes de bancos de alimentos públicos e privados discutiram formas de promover a integração entre o Programa Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc), e as iniciativas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Publicado 23/07/2015 10:38
Os bancos de alimentos espalhados pelo país recebem doações próprias para o consumo, mas estão fora dos padrões comerciais. Empresas como supermercados, armazéns, lojas varejistas, centrais de distribuição e até mesmo associações de produtores estão entre os doadores. Em geral, os bancos recebem frutas, verduras, legumes, frios, lacticínios, grãos, cereais, enlatados, conservas, pães, massas, carnes, suco e água. Não são aceitas refeições prontas, embalagens danificadas ou com prazo de validade vencido.
O Mesa Brasil existe desde 2003, e ajuda 1,6 milhão de pessoas. São cerca de 6 mil entidades atendidas, 3 mil empresas e pessoas doadoras participando do projeto, que existe em 523 cidades. A meta para o final deste ano é arrecadar 42,5 milhões de quilos de alimentos.
O ministério quer aprimorar esse modelo de gestão já empregado pelo Sesc e também pela Rede de Alimentos do Rio Grande do Sul no objetivo de combater a fome. De acordo com o diretor do Departamento de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Produção Familiar do ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, André Grossi Machado, o país já avançou muito nos últimos anos na redução do desperdício e no combate à miséria.
“O Brasil saiu do mapa da fome, isso é muito relevante. Imagina um país com gente passando fome, da magnitude que ocorre em outros países e que ocorria no Brasil. Isso por causa da melhoria dos indicadores sociais, do aumento da renda e do aumento do consumo no país,” declarou.
Grossi destaca que o governo contribuiu, no ano passado, com 4,4 milhões de toneladas de alimentos por meio do Programa de Aquisição de Alimentos. Nessa modalidade, os municípios compram alimentos da agricultora familiar para os bancos de alimentos e fazem a doação simultânea, sem necessidade de licitação.
Segundo Grossi, R$ 573 milhões foram investidos nesse programa no ano passado, 12 mil famílias agricultoras foram beneficiadas, 13 mil entidades receberam os alimentos e 62 bancos de alimentos foram abastecidos.