Rússia não enviará soldados para combater o Estado Islâmico na Síria

A Rússia não tem planos de enviar militares para combater o Estado Islâmico na Síria nem irá participar dos ataques aéreos da coalizão contra posições do EI, informou nesta terça-feira (4) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Serguei Lavrov

“Essa possibilidade nem está na agenda”, disse Peskov. O porta-voz declarou também que o presidente sírio, Bashar al-Assad, nunca pediu ao presidente Vladimir Putin que enviasse soldados à Síria.

O anúncio do Kremlin vem um dia depois de o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmar que as declarações dos EUA sobre a assistência aérea à oposição síria são contraproducentes.

"Parece contraproducente declarar publicamente que algumas unidades americanas que se dirigem ao território sírio sem um acordo com o governo do país estarão protegidas pela aviação da coalizão, e que esta força aérea terá o direito de atacar qualquer força que possa ser considerada um obstáculo para a atividade desse grupo armado", declarou o chanceler.

Lavrov destacou ainda que até agora a maioria dos combatentes da chamada "oposição moderada" síria, treinados por instrutores americanos nos países vizinhos à Síria, "acabaram se unindo a extremistas".

A Síria vive em estado de guerra civil desde 2011, com forças do governo enfrentando vários grupos militantes. De acordo com números da ONU, mais de 220 mil pessoas morreram e 11 milhões foram desalojados em virtude dos confrontos.

Os Estados Unidos vêm apoiando o que chamam de "oposição moderada", fornecendo ajuda financeira e carregamentos de armas pequenas. Além disso, uma coalizão liderada pelos EUA vem bombardeando posições islâmicas no país desde o ano passado. Não há relatos de confrontos diretos entre forças americanas e o exército da Síria.

A Rússia, por sua vez, alerta contra o apoio a forças anti-governamentais, enfatizando a necessidade de dialogar no país.