Diretor da FAO destaca papel do Brasil no combate à fome

Depois da saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome, no ano passado, as políticas públicas de segurança alimentar desenvolvidas no país vão ganhar mais um importante reconhecimento internacional. “Foi muito positivo o resultado do relatório. A segurança alimentar no Brasil está melhorando muito”, afirmou, nesta quarta-feira (5), Carlo Cafiero, economista da Divisão de Estatística e Análise sobre Segurança Alimentar da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO).

Reunião do MDS com a FAO - Ana Nascimento/MDS

Cafiero é o diretor do projeto Vozes da Fome, que mapeia a situação alimentar mundial, comparando os países e os impactos das políticas alimentares e nutricionais sobre as populações, nas esferas nacional e internacional. Ele adiantou que o relatório está concluído e será divulgado no final de setembro ou no início de outubro. “Estamos aguardando apenas a aprovação do diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, para apresentar os dados.”

O trabalho foi feito pelo Instituto Gallup, junto a 160 mil pessoas em 200 línguas diferentes, em 150 países. Para sua elaboração, foi utilizada uma única ferramenta de pesquisa junto aos países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Temos usado a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, que é modelo e foi utilizada também para desenvolver o Vozes da Fome”, contou.

A Escala foi desenvolvida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O Brasil foi pioneiro no uso deste instrumento, sendo seguido depois pelos Estados Unidos”, destacou Cafiero. Para ele, o trabalho conjunto de MDS e IBGE demonstrou a forte relação entre as instituições do governo, preservando autonomia e neutralidade na geração das informações.

Exemplo – Segundo o economista da FAO, todas as medidas adotadas pelo governo brasileiro – tanto as de caráter direto, como a merenda escolar, ou indireto, como o Bolsa Família – têm sido decisivas na geração de oportunidades de acesso aos alimentos pelas famílias mais pobres, refletindo-se na superação da insegurança alimentar. “Os dados que dispomos do Brasil sobre a oferta e a distribuição de alimentos mostram que menos de 5% da população sofre com o problema da fome. Isso significa que não existe mais a fome extrema entre os brasileiros e que o país foi muito além nas ações de superação da fome.”