Programa Antártico Brasileiro corre risco de parar
São 14 milhões de quilômetros quadrados – uma área maior que a Europa – cobertos de gelo, onde se encontram 90% da água doce do planeta. Este é o primeiro retrato que se faz da Antártica. Entretanto, o continente gelado é uma riquíssima fonte de dados para todas as áreas de pesquisa e tem um papel determinante na regulação do clima da Terra.
Publicado 17/08/2015 16:19

Atualmente, 16 universidades de nove estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Amazonas) em parceria com outros 30 grupos científicos internacionais, desenvolvem pesquisas na região. Entretanto, problemas orçamentários constantes ameaçam o trabalho dos pesquisadores e representam atraso no desenvolvimento científico brasileiro.
Em reunião na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, na sexta-feira (14), Jefferson Simões, glaciologista e líder de pesquisa do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), explicou as necessidades pelas quais o programa tem passado. Sua maior preocupação, caso o programa seja interrompido por falta de verbas, é a desmobilização das pessoas envolvidas, com perda da mão-de-obra qualificada e da pesquisa feita até então.
Os últimos aportes financeiros recebidos pelo Proantar são do edital realizado em 2013. Estes valores, pagos parceladamente, garantem o funcionamento do Programa Antártico Brasileiro até 2016. Depois disso, se não houver mais financiamento, a interrupção do trabalho será inevitável. Até o momento, nada foi garantido e o Programa encontra-se na iminência de parar.
Para a presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), é preciso que se compreenda a importância da pesquisa realizada na região. “Cientistas brasileiros e equipes de apoio estão desde o século 19 na região austral, participando de estudos e investigações da dinâmica de funcionamento do sistema que garante a vida na Terra. E é isto que a população precisa saber e conhecer. Este trabalho não pode ser interrompido”, afirma.