Transnordestina gera quase 6 mil empregos no sertão do Nordeste

Romper um ciclo histórico de um povo acostumado a deixar a terra natal e a família para tentar uma vida melhor nas grandes cidades do País. É o que a construção da ferrovia Transnordestina tem proporcionado a milhares de trabalhadores do Nordeste brasileiro: geração de empregos em uma região marcada, historicamente, pelas poucas oportunidades.

Transnordestina - Francisco Leal

Hoje, só a obra da Transnordestina emprega quase 6 mil operários nos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Muitos deles com histórias de vida de anos de trabalho, longe da família, em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo.

É o que conta o carpinteiro José Clairton, de 31 anos, que há oito meses trabalha nas obras da Transnordestina no município de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará. Casado e pai de dois filhos, um de cinco e outro de dez anos, Clairton passou quatro anos longe da família, trabalhando em uma fábrica de cimento em São Paulo. Só voltou para Lavras no final do ano passado, quando um amigo lhe contou sobre as oportunidades de trabalho na obra da ferrovia.

“Eu fui para São Paulo porque antes não tinha trabalho aqui. Antes tinha muita gente parada. Hoje, eu conheço muita gente que trabalha na obra. Quase todo mundo que mora aqui trabalha na ferrovia. A maioria do pessoal de carpintaria, armação de ferragens, pedreiros e serventes”, contou.

Em entrevista ao Blog do Planalto, Clairton também destacou a felicidade de trabalhar hoje no Ceará, ao lado da família e destacou que, enquanto tiver oportunidades, não quer deixar o Nordeste. “É muito bom trabalhar na terra da gente, no lugar da gente. É a melhor coisa que tem estar perto da nossa família. Agora, eu quero crescer, subir de função para dar uma vida melhor para mim e para a minha família. Se puder, não saio mais daqui”, revelou.

Uma história parecida com a do encarregado de terraplanagem de 44 anos, Otávio Xavier que precisou trabalhar em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Mato Grosso para conseguir sustentar a esposa e os quatro filhos. Ele conta que sempre trabalhou em obras da construção civil, mas que nunca tinha conseguido trabalhar no Nordeste. “Era muito difícil conseguir emprego aqui”, lembra.

Hoje ele diz que a Transnordestina tem gerado emprego para colegas de estados próximos como o Piauí e Pernambuco e que toda a população da região do Sertão do Cariri espera que, depois de pronta, a ferrovia possa melhorar ainda mais a vida da população local.

“A vida das pessoas tem melhorado muito aqui. A nossa expectativa é que a ferrovia traga cada vez mais trabalho, mais emprego para as pessoas. Essa obra trouxe muito recursos para a região, principalmente para essa região nossa do Cariri”, enfatizou.

É o que também espera o apontador Reginaldo Cruz, que há sete meses realiza o controle de cargas nas obras do lote 2 do trecho entre Missão Velha (CE) e Pecém (CE) da Transnordestina. Ele, que nasceu e cresceu em Lavras da Mangabeira, precisou ir para a capital do Ceará “ganhar a vida”.

“Eu sempre ganhei no máximo um salário mínimo como almoxarife em Fortaleza. Hoje, eu ganho quase o dobro trabalhando na minha terra”.
E acrescentou a percepção que tem de como a obra da Transnordestina conseguiu dinamizar a economia e mudar a realidade do povo da região.

“Antes emprego aqui era só na agricultura. Hoje, no município, o comércio melhorou bastante. Melhorou uns 80%, principalmente, para quem trabalha na obra. A Transnordestina está melhorando muito a vida das pessoas aqui. São muito grandes os benefícios que uma obra dessas traz. A impressão que a gente tem é que quando uma obra dessas passa, a cidade automaticamente cresce e se desenvolve também”, afirmou.