Programa nuclear e construção de submarinos são prioridades na Marinha

O comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, afirmou que as perspectivas de avanço no desenvolvimento de projetos estratégicos em curso na pasta são muito boas, apesar da crise econômica. A declaração foi feita durante debate na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, no último dia 27 de agosto.

submarino nuclear brasileiro - Divulgação/Marinha do Brasil

“A Marinha sentiu [o corte]”, disse ele, sobre o ajuste. “O primeiro passo é estabelecer prioridades claras, que são o programa nuclear e de construção de submarinos, além da manutenção de nossa esquadra operando”, completou Bacellar.

Para ele, qualquer ameaça à soberania brasileira viria necessariamente pelo mar. Daí a grande preocupação, conforme revelou, de manter o Atlântico Sul livre de conflitos. A estratégia para alcançar este objetivo estaria focada, assim, no combate ao tráfico de drogas, armas e pessoas (imigração ilegal via navio mercante) e na defesa das bacias petrolíferas, inclusive as do pré-sal.

O comandante da Marinha salientou que existem desafios, como a obsolescência do poder naval que, segundo ele, algumas fragatas têm quase 60 anos. Ele frisou que a necessidade de investimentos na área seria de cerca de R$ 600 milhões anuais, mas a Marinha só estaria recebendo um terço disso.

Construção do Submarino Convencional “Riachuelo”

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) avançou em mais uma etapa e no último dia 2 de setembro, a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) entregou à Itaguaí Construções Navais (ICN), a última seção do casco resistente do primeiro Submarino Convencional (S-BR1), o Submarino “Riachuelo”, marcando a conclusão da primeira fase de construção.

Essa entrega permitirá que todas as seções do casco resistente passem agora pela fase subsequente de instalação de equipamentos e sistemas. O casco resistente é composto de seções cilíndricas reforçadas estruturalmente para suportarem a máxima pressão de operação do submarino.

O Prosub é uma parceria firmada entre o Brasil e a França e prevê, entre outros pontos, a transferência de tecnologia necessária à construção de quatro submarinos convencionais diesel-elétrico e submarino com propulsão nuclear.