“Estado deve ser indutor da pesquisa e da inovação”, diz Aldo Rebelo 

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, em evento público esta semana, destacou a necessidade de apoio governamental para fomentar o desenvolvimento da indústria nacional. O ministro lembrou que o fomento contínuo em pesquisa e desenvolvimento no setor industrial é indispensável para a manutenção do país no grupo das nações mais ricas do mundo. 

“Estado deve ser indutor da pesquisa e da inovação”, diz Aldo Rebelo - MCTI

“Não temos grandes conglomerados empresariais que podem dispor de recursos para pesquisa e inovação”, disse, acrescentando que o Estado tem peso importante no financiamento da pesquisa e da inovação, porque pesquisa e inovação promovem riscos.

“Temos o papel de estimular, compensar e apoiar níveis de risco para as empresas inovarem”, ressaltou o ministro. Aldo também enfatizou a importância da participação do setor privado no esforço da inovação brasileira. Segundo ele, a indústria é um ator preponderante para o país.

“Sem inovação, não há como inserir-se ou permanecer como um dos países mais industrializados do mundo. E a indústria tem um papel fundamental nesse processo. Temos de preservar a economia industrial e restaurar o que perdemos. Com base nela (indústria), os países conseguiram impor sua presença no mundo”, ressaltou Aldo.

Ajuste fiscal

O ministro afirmou que contrassenso seria o governo não fazer o ajuste econômico e fiscal, ao ser perguntado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se não via como um contrassenso o corte de 30% no repasse de verbas ao Sistema “S”, que investe em qualificação profissional e inovação.

“Em um momento de dificuldade, seria um contrassenso não fazer o ajuste. E quando se faz ajuste, se exige sacrifícios de todo mundo. Não há como excluir um setor deste ajuste”, disse o ministro. O que o ajuste não pode fazer, ponderou Aldo Rebelo, é comprometer ou sacrificar a própria existência da atividade ou do setor econômico. “Ou seja, não pode implicar o fim desta atividade”, disse.

Segundo Rebelo, seu colega, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, tem conversado com este setor. “Creio que chegaremos a um consenso sobre o nível de sacrifício que este setor pode fazer sem comprometer essencialmente sua atividade”, afirmou o ministro da Ciência e Tecnologia.

Questionado se, diante da redução de gastos públicos, não ocorreria um hiato na competitividade, o ministro preferiu dizer que “o que estamos fazendo é manter os projetos já existentes e adiando alguns que estavam para ser iniciados, por não termos recursos para os novos”.