Dilma apresenta meta considerada ousada para conter mudança climática

Em discurso na Assembleia Geral da ONU neste domingo (27), a presidenta Dilma Rousseff anunciou que o Brasil pretende reduzir em 37% as emissões de gases de efeito estufa até 2025. Para 2030, segundo a presidenta, a ambição é chegar a uma redução de 43%. Estas serão as metas que o país vai levar para a Conferência do Clima em Paris, a COP-21, em dezembro. Os números foram aguardados durante meses e são considerados ambiciosos e ousados pelas comunidades científica e internacional.

Dilma na Assembleia Geral da ONU - Roberto Stuckert Filho

A presidenta afirmou, porém, que a Agenda 2030 – que propõe as novas metas dos países membros das Nações Unidas – exige solidariedade global, determinação de todos e comprometimento para enfrentar não só a mudança do clima, mas também superar a pobreza e construir oportunidades.

Deixou claro que o Brasil tem uma meta bastante clara sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa. “O Brasil é um dos poucos países em desenvolvimento a assumir uma meta absoluta de redução de emissões. Temos uma das maiores populações e PIB do mundo e nossas metas são tão ou mais ambiciosas que aquelas dos países desenvolvidos”, afirmou.

Para alcançar as metas estabelecidas, a presidenta elencou as medidas a serem adotadas pelo Brasil até 2030:  o fim do desmatamento ilegal no Brasil; a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares; a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas;  e a integração de cinco milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas.

Na área de energia, a presidenta também anunciou metas ambiciosas. O Brasil irá ampliar a presença de fontes renováveis na matriz energética brasileira, chegando a um percentual de 45%. “Note-se que, no mundo, a média é de apenas 13% dessa participação e, na OCDE, de apenas 7%”, destacou Dilma.

A presidenta também assegurou a participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade e participação de 23% das fontes renováveis – eólica, solar e biomassa – na geração de energia elétrica. Outro compromisso assumido foi o aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica e a participação de 16% de etanol carburante e de demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no total da matriz energética.

“O Brasil tem feito grande esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, sem comprometer nosso desenvolvimento econômico e nossa inclusão social. Para tanto, continuamos diversificando as fontes renováveis em nossa matriz energética, uma das mais limpas do mundo. Estamos investindo na agricultura de baixo carbono e reduzimos em 82% o desmatamento na Amazônia. Podem ficar certos que a ambição continuará a pautar nossas ações”, salientou Dilma Rousseff.