Deputados manifestam apoio à greve dos bancários 

Os bancários estão em greve por melhores condições de trabalho, contratações, segurança e reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais aumento real de 5,7%). As reivindicações da categoria foram defendidas pelos deputados Daniel Almeida (BA) e Chico Lopes (CE), ambos do PCdoB, em discursos no plenário da Câmara, em Brasília, quando manifestaram apoio a categoria e criticaram os banqueiros. 

Deputados manifestam apoio à greve dos bancários

As reivindicações dos bancários vão além e incluem contratações para prestar atendimento de qualidade; igualdade de oportunidade, com salários iguais para as mesmas funções, independentemente de ser homem ou mulher, negro ou branco, além da redução de juros e tarifas para os clientes.

“Uma pauta justa que pode perfeitamente ser atendida”, avalia Daniel Almeida, lembrando que “os trabalhadores fizeram de tudo para evitar a paralisação, até mesmo por saberem do impacto do movimento na sociedade. E a culpa cabe única e exclusivamente aos bancos.”

Daniel Almeida destacou que é importante lembrar que a população também é prejudicada pelo sistema financeiro. “Juros que ultrapassam os 300% ao ano, imensas filas, desrespeito à Lei dos 15 minutos e insegurança são algumas das reclamações e que fazem parte das reivindicações dos bancários”, lembrou Daniel.

Daniel Almeida afirmou que “não há crise para os bancos. Eles lucraram R$ 60 bilhões em 2014 e só no primeiro semestre desse ano foram 36 bilhões. Logicamente, podem atender as reivindicações dos bancários. É inadmissível que o setor mais lucrativo da economia nacional, nem sequer se disponha a recuperar as perdas da categoria com a inflação”, finalizou o deputado.

Em defesa da negociação

Para Chico Lopes, “os banqueiros não mostram sensibilidade com a reivindicação dos bancários e estão apostando no confronto. Foram realizadas várias rodadas de negociação, e os patrões não se mostraram dispostos a avançar. No final, apresentaram, no último dia 25, uma proposta de 5,5% e um abono de R$2.500, querendo impor à categoria uma perda salarial que vai a mais de 4%.”

Os parlamentares, ao destacarem que os seus mandatos são uma ferramenta de representação dos interesses dos trabalhadores, destacaram que “os bancários valorizam o canal de diálogo, defendem a mesa de negociação e todas as indicações — e os banqueiros não querem sentar”, contou Lopes.