Rússia se recusa a anular dívida da Ucrânia

Os ministros das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, e da Ucrânia, Natalya Yaresko, não conseguiram chegar ao acordo sobre a reestruturação da dívida ucraniana para a Rússia, que equivale a US$ 3 bilhões.

Cédulas das moedas da Rússia (rublo) e da Ucrânia (grívnia)

"Os nossos colegas do Ministério das Finanças da Ucrânia disseram que eles não tinham esses fundos no seu orçamento e nos ofereceram participar na reestruturação, juntamente com os credores comerciais. Quanto a isso, a posição russa foi inversa: não somos um credor comercial, somos um Estado soberano, por isso tais condições são inaceitáveis para nós", disse Siluanov a jornalistas após a reunião com Yaresko à margem da cúpula do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial em Lima, Peru.

O ministro das Finanças russo disse que a Rússia insiste que a Ucrânia reembolse a dívida e acrescentou que as duas partes vão continuar as conversações sobre a questão da dívida.

A Rússia deu à Ucrânia um empréstimo de $15 bilhões em dezembro de 2013, tendo comprado eurobonds da Ucrânia equivalentes a $3 bilhões. O resto do empréstimo foi cancelado após a mudança de regime que teve lugar na Ucrânia em fevereiro de 2014.

Em setembro a Ucrânia iniciou a reestruturação duma parte da sua dívida pública. O governo ucraniano incluiu neste processo os eurobonds de US$ 3 bilhões comprados pela Rússia. Kiev os considera comerciais, enquanto a Rússia anunciou muitas vezes que não planejava participar desta reestruturação e insiste que a Ucrânia pague US$ 3 bilhões em pleno até ao final de 2015.

Em julho, o ministro das Finanças da Rússia advertiu que a Rússia poderia resolver o problema do reembolso da dívida da Ucrânia no tribunal, se fosse necessário.

A dívida pública total da Ucrânia é de US$ 70 bilhões, dos quais US$ 40 bilhões constituem dívida internacional.

A Ucrânia tem sido cada vez mais dependente da ajuda externa a fim de restaurar a sua economia que foi significativamente enfraquecida pela mudança do poder de 2014 e pelas hostilidades no sudeste do país.

Fonte: Agência Sputnik