Publicado 15/10/2015 00:03
A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (14), comissão geral com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante quatro horas, o ministro falou sobre a política econômica adotada pelo governo desde que assumiu a pasta e foi sabatinado pelos parlamentares sobre alternativas que penalizem menos o trabalhador.
Levy disse que a volta do crescimento econômico depende da segurança no reequilíbrio das contas públicas e defendeu o ajuste fiscal encabeçado pelo governo. De acordo com o ministro, para mudar o cenário, é importante também que o Orçamento de 2016 traga superavit primário. “Tenho certeza que o sucesso da proposta orçamentária para 2016 é o que vai permitir o Brasil voltar a crescer”, afirmou.
Para a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), o país não pode ficar restrito ao ajuste fiscal para retomar o crescimento econômico. “Precisamos ter outra agenda, inclusive valorizando a cadeia produtiva nacional”, disse Jandira, que entregou ao ministro um documento apoiado por 15 partidos da base governista com sugestões de políticas públicas voltadas ao crescimento econômico.
A deputada pernambucana Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, afirmou que todos entendem a necessidade do ajuste fiscal, mas criticou o “tipo e a qualidade” do ajuste. “O governo ficou com a cara do corte. Temos necessidade de tributar o andar de cima também. E precisamos focar na agenda do crescimento. Esse é o grande desafio do momento. A população precisa dessa perspectiva”, alertou.
Para os comunistas, uma das saídas que deveriam ser encabeçadas pelo governo é taxação de grandes fortunas. O imposto é o único dos sete tributos federais previstos na Constituição que ainda aguarda regulamentação.
Segundo Jandira Feghali, o ajuste fiscal também deveria incidir sobre quem tem mais patrimônio e renda. “Há projetos na Casa que possibilitam a arrecadação de R$ 20 bilhões para a saúde”, disse a parlamentar em referência ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/15, de sua autoria.