Comunistas cobram de Joaquim Levy taxação de grandes fortunas

Durante comissão geral na Câmara dos Deputados, ministro da Fazenda fala sobre política econômica brasileira. Parlamentares cobram retomada do crescimento do país e tributação dos mais ricos.

Jandira Feghali entrega a Joaquim Levy documento com propostas para retomar o crescimento do país

A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (14), comissão geral com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Durante quatro horas, o ministro falou sobre a política econômica adotada pelo governo desde que assumiu a pasta e foi sabatinado pelos parlamentares sobre alternativas que penalizem menos o trabalhador.

Levy disse que a volta do crescimento econômico depende da segurança no reequilíbrio das contas públicas e defendeu o ajuste fiscal encabeçado pelo governo. De acordo com o ministro, para mudar o cenário, é importante também que o Orçamento de 2016 traga superavit primário. “Tenho certeza que o sucesso da proposta orçamentária para 2016 é o que vai permitir o Brasil voltar a crescer”, afirmou.

Para a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), o país não pode ficar restrito ao ajuste fiscal para retomar o crescimento econômico. “Precisamos ter outra agenda, inclusive valorizando a cadeia produtiva nacional”, disse Jandira, que entregou ao ministro um documento apoiado por 15 partidos da base governista com sugestões de políticas públicas voltadas ao crescimento econômico.

A deputada pernambucana Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB, afirmou que todos entendem a necessidade do ajuste fiscal, mas criticou o “tipo e a qualidade” do ajuste. “O governo ficou com a cara do corte. Temos necessidade de tributar o andar de cima também. E precisamos focar na agenda do crescimento. Esse é o grande desafio do momento. A população precisa dessa perspectiva”, alertou.

Para os comunistas, uma das saídas que deveriam ser encabeçadas pelo governo é taxação de grandes fortunas. O imposto é o único dos sete tributos federais previstos na Constituição que ainda aguarda regulamentação.

Segundo Jandira Feghali, o ajuste fiscal também deveria incidir sobre quem tem mais patrimônio e renda. “Há projetos na Casa que possibilitam a arrecadação de R$ 20 bilhões para a saúde”, disse a parlamentar em referência ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 10/15, de sua autoria.