Publicado 19/10/2015 19:01
A mídia oposicionista e seu dispositivo partidário (PSDB, DEM, PPS e SD) encararam a sua decisão como o primeiro passo para a abertura do processo de impeachment contra a presidenta. Agora, porém, o impoluto ministro pode ganhar outros minutos de fama, mas no noticiário policial. É que a cada dia que passa surgem novas sujeiras envolvendo o seu nome e de seus familiares. Na semana passada, soube-se que várias estatais repassaram R$ 2,9 milhões a uma entidade ligada a sinistro Augusto Nardes.
Segundo matéria da insuspeita Folha, que tanto vibrou com a rejeição das contas de Dilma, "estatais ligadas ao governo federal repassaram nos últimos dois anos quantias milionárias de patrocínio a um instituto ligado ao sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União. Petrobras, BNDES, Caixa Econômica e Banco do Brasil pagaram, com dispensa de licitação, um total de R$ 2,9 milhões para o Instituto Pela Produção, Emprego e Desenvolvimento promover eventos culturais na cidade natal do ministro, Santo Ângelo (RS), que tem 79 mil habitantes, e em um município vizinho".
A entidade tem como um dos responsáveis Carlos Juliano Nardes, investigado na Operação Zelotes, que apura fraudes fiscais no sul do país. Suspeita-se que o sobrinho e o ministro tenham recebido dinheiro das empresas privadas metidas no esquema milionário de assalto à Receita Federal. Num aparente tráfico de influência, "o instituto que recebeu verbas de patrocínio se apresenta na internet como formulador de estudos e 'projetos novos' para congressistas. Não há menções a promoção de eventos culturais. Só a Petrobras pagou, em 2014, R$ 1 milhão para o festival 'Natal Cidade dos Anjos'. O valor é o equivalente ao repassado pela entidade para eventos mais tradicionais e com maior público, como a Bienal de São Paulo ou a Virada Cultural paulistana", relata o jornal.
O sinistro instituto foi fundado em 2003 com o apoio de Augusto Nardes, então deputado federal pelo PP gaúcho. À época, ele mesmo declarou que a entidade representaria os empresários junto ao Poder Legislativo. Na internet, Carlos Juliano se apresenta como vice-presidente e secretário-executivo da entidade. "O instituto está em nome de Mário Augusto Ribas do Nascimento, ex-prefeito pelo PP de São Miguel das Missões, município beneficiado com R$ 1,6 milhão de patrocínio do BNDES em 2013 e 2014 para um evento musical… O PP, partido dos familiares de Nardes e ao qual ele também foi filiado, governa a Prefeitura de Santo Ângelo. O ministro visita a cidade com frequência e prestigiou o festival de Natal nos últimos anos".
Apesar dos vários indícios, Augusto Nardes afirma que "não possui nenhuma relação com a entidade" e que não atuou para viabilizar os patrocínios das estatais. Já o seu sobrinho, Carlos Juliano Nardes, "disse à reportagem que está afastado do instituto e que não participou da negociação por verbas das estatais. 'Eu saí', disse. Na página da entidade no Facebook, porém, aparecem o número de telefone e atualizações recentes feitas por ele". Diante destas evidências, talvez fosse o caso do Tribunal de Contas da União (TCU), já tão desmoralizado na história, apurar melhor a atuação do seu "famoso" ministro. As suas contas não batem e sua conversa fiada também não convence ninguém!