Samarco-Vale informou número menor de rejeitos na barragem

Enquanto a mídia tenta a todo custo isentar a culpa da Samarco-Vale no rompimento das duas barragens em Mariana, afirmando que se trata de falta de fiscalização dos órgãos, uma informação divulgada pela Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam) acende a luz em outra direção. Segundo a fundação, a empresa informou um volume de rejeitos 18% menor da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

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Ainda de acordo com o órgão, nove meses antes do rompimento da barragem, quando despejava um volume de 55 milhões de toneladas de metros cúbicos de detritos de minério, areia e lama, a Samarco dizia que o reservatório tinha um volume de rejeitos da ordem de 45 milhões de toneladas.

O aumento significativo aconteceu entre julho de 2014 e fevereiro deste ano, ou seja, em apenas seis meses, em que o volume subiu de 30 milhões de toneladas de metros cúbicos de rejeitos para 45 milhões.

A empresa fornece esses números por meio de declaração no documento Banco de Declarações Ambientais (BDA). Em matéria publicada pelo site Uol, a Feam afirma que os processos de licenciamento se atêm à área e à altura do maciço.

“No caso da barragem de Fundão, durante o processo para otimização da barragem de rejeitos, foi apresentado um gráfico em curva, cujo volume estimado era de 39 milhões de metros cúbicos para o reservatório na cota de 920 metros”, informou a Feam.

Ainda de acordo com a Feam, “o volume estimado é uma previsão, o que não impede que o volume real esteja abaixo ou acima do valor”. “O importante é que o volume não ultrapasse a cota de 920 metros, o que não ocorreu.”

O rompimento da barragem de Fundão liberou cerca de 63 milhões de metros cúbicos de lama, provocando o maior desastre ambiental da história do país. De acordo com diretores da Samarco, a quantidade é suficiente para encher 24 mil piscinas olímpicas (50 metros). A catástrofe é considerada a maior tragédia ambiental do Brasil.