Fórum de movimentos sociais do PCdoB aponta agenda contra golpe

Reunião do fórum nacional de movimentos sociais do PCdoB, que aconteceu nesta sexta (4) na sede do Comitê Central do partido, em São Paulo, recomendou a articulação das diversas frentes do movimento social contra o impeachment da presidenta Dilma. Também foi detectado que é necessário esclarecer a população e recompor o campo social e político de apoio ao mandato de Dilma.

Por Railídia Carvalho

Reunião do Fórum Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB - Portal Vermelho

Os indicativos discutidos e apontados no encontro serão debatidos no comitê central do PCdoB que se reuniria na tarde desta sexta.

A presidenta do PCdoB, deputada Luciana Santos, que abriu a reunião, disse que a hora exige um espírito que é próprio dos comunistas que é ir pra rua e fazer o debate de ideias.

“ É preciso usar a nossa principal arma que é o convencimento. Nós precisamos mais do que nunca exercitar isso. Falar e comparar os governos do PSDB com a transformação que o Brasil passou com o ciclo progressista dessa coalização liderada por Lula e Dilma”, convocou Luciana.

O secretário nacional de movimentos sociais do PCdoB, André Tokarski, sugeriu que o partido, lideranças e dirigentes se pautem por um plano de trabalho que incluiria a realização de plenárias em 100 cidades brasileiras.

“A partir desses locais estratégicos, o movimento pode ser desencadeado em cidades menores incorporando outros setores, como intelectuais, ao movimento social para esclarecer e mobilizar o povo”, justificou André.

“Temos a oportunidade de recuperar o diálogo com o povo e rearticular o campo social e político de apoio”, completou o secretário.

Ele sugeriu ainda que veículos de comunicação como o jornal do PCdoB Classe Operária e a revista Olho Crítico, editada pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), possam fazer edições extraordinárias como material de esclarecimento e apoio para panfletagens e atos contra o impeachment.

Para o secretário nacional de política internacional do PCdoB, José Reinaldo de Carvalho, os grandes embates que o PCdoB terá pela frente exigem uma elevação do nível político, ideológico, organizativo, de reestruturação das frentes do movimento social e de intervenção politica e social.

 “Um vitória da direita sobre as condições do nosso povo seria devastadora. Por isso é preciso acender e fazer soar bem alto o alarme, um alarme democrático e patriótico. É ilusório achar que essa classe dominante vai reverter essa situação pela via democrática”, ressaltou Zé Reinaldo.

Edson França, presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), defendeu uma coalização entre as Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo direcionando as ações para a defesa da democracia e contra o golpe.

“O contexto atual nos dá a possibilidade de reaproximar a presidenta Dilma do projeto que a elegeu em 2014”, disse Edson em sintonia com André.

Jamil Murad, presidente do comitê municipal do PCdoB de São Paulo, disse que é preciso fazer a ligação entre os efeitos do impeachment prejudicando os interesses do povo. “Não vamos sair disso se os trabalhadores não forem incorporados neste processo”, ressaltou.

Maria José, a Lia, que representou a Confederação Nacional das Associações Comunitárias (Conam), reforçou a necessidade de fazer o esclarecimento à população e mobilizar o povo contra o impeachment.

“Com um material de linguagem popular vamos juntar os nossos soldados para conscientizar a população. O movimento comunitário que está próximo do trabalhador e da dona de casa percebe que o povo precisa ser esclarecido sobre as conquistas que mudaram o Brasil”, disse Lia.

Também estiveram presentes na reunião do Fórum dirigentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), União Brasileira de Mulheres (UBM), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).