Luciana Santos diz que oposição “partiu para o tudo ou nada”

O Portal Vermelho conversou na manhã desta sexta (4), em São Paulo, com a presidenta do PCdoB, deputada Luciana Santos, sobre o acolhimento do processo de impeachment contra a presidenta Dilma pelo presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB). “A oposição se desmascarou”, ressaltou Luciana.

Por Railídia Carvalho

Luciana Santos e André Tokarski, Fórum Movimento Sociais do PCdoB - Portal Vermelho

As declarações foram feitas após a presidenta fazer a abertura da reunião do Fórum Nacional de Movimentos Sociais do PCdoB, que acontece nesta sexta, na capital paulista.

De acordo com Luciana a oposição não quer saber de legalidade e nem de ética e que o objetivo é derrotar o projeto político representado pela presidenta Dilma.

“Um projeto que transformou o Brasil para melhor, com avanço, enfrentamento da desigualdade regional e inclusão social.  O eleitor de Dilma precisa defender a democracia e o legado das conquistas e dizer não ao retrocesso”, afirmou Luciana.

“Estamos diante de um pacto, uma negociação feita com um chantageador, com alguém que não tem autoridade política nenhuma para conduzir impeachment”, criticou a presidenta.

Na opinião dela o Brasil está diante de um terceiro turno das eleições. “Na medida em que o impeachment foi aberto precisamos tensionar as energias para barrar o golpe e para isso precisamos ter a rua e capacidade de interferir no cenário política para defender a democracia brasileira”, defendeu.

Segue em análise a arguição de descumprimento de preceito fundamental (Adpf) apresentada pelo PCdoB ao STF questionando o rito de acolhimento do impeachment. Outro instrumento usado pelo partido foi um mandado de segurança apresentado pelo deputado Rubens Junior (PCdoB-AM) e que foi foi rejeitado pelos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello.

“A adpf é a única ação que permanece e foi apresentada na perspectiva de fazer a guerra jurídica.  Mas sabemos que a disputa é eminentemente política”, definiu Luciana.

Para ela com a disputa jurídica em curso a hora é de fazer pressão nas ruas para assegurar que o resultado das urnas seja respeitado e novas perspectivas de debate ganhem força neste processo.

“Ao mesmo tempo em que iremos para as ruas defender o mandato da presidenta Dilma é preciso fazer o debate do futuro, da superação da crise econômica, da superação do ajuste fiscal. É o momento de virar a página do ajuste e falar do crescimento e do desenvolvimento. Estas questões estão postas para o partido e para nossa militância”, destacou Luciana.

O PCdoB será representado pela deputada Jandira Feghali na comissão especial da câmara que analisará o processo de impeachment. O deputado Orlando Silva é o suplente. Seguidos os trâmites de composição dos membros, a previsão é que a comissão seja instalada na próxima terça (8).