Samarco omitiu que construía megabarragem em reservatório que ruiu

A mineradora Samarco, responsável pela barragem de rejeitos que se rompeu no dia 5 de novembro na cidade de Mariana, realizava obras no dia da tragédia. De acordo com matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, uma equipe terceirizada trabalhava para unir as barragens de Fundão (a rompida) e a de Germano (vizinha).

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Segundo o jornal, a informação está no auto de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, após o rompimento da barragem, que deixou 16 mortos. O mar de lama provocado pelo rompimento gerou uma onda de destruição que chegou ao litoral do Espírito Santo. Os danos ambientais são imensuráveis.

O objetivo da obra da Samarco seria criar uma megabarragem, cinco vezes maior em volume do que a que ruiu. No relatório a que a Folha teve acesso, o funcionário Wanderson da Silva, da equipe de geotécnica da empresa, afirmou que "uma manutenção estava sendo realizada no sistema de drenagem nas ombreiras direita e esquerda [da barragem de Fundão]".

Em coletiva de imprensa após o acidente, a mineradora omitiu que realizava a obra para juntar as barragens. Com a unificação, que demoraria dois anos, a nova estrutura comportaria o mínimo de 255 bilhões de litros de rejeito de minério.