Dilma é receptiva a documento que propõe retomada do crescimento
A presidenta Dilma Rousseff recebeu na tarde desta terça-feira (15), em Brasília, o documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, iniciativa das seis centrais de trabalhadores e setores do empresariado para a superação da crise financeira.
Publicado 15/12/2015 23:00

Dilma prometeu avaliar os demais pontos do documento e dar uma resposta à equipe numa nova reunião, marcada para a próxima sexta-feira (18), pela manhã.
O texto “Compromisso pelo Desenvolvimento” traz propostas das centrais e dos empresários e propõe 7 diretrizes básicas para a retomada do crescimento econômico e social brasileiro na atual conjuntura de crise político-econômica que trava o país.
Participaram do encontro os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) e Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
O objetivo da iniciativa conjunta é superar a crise e adotar uma política de desenvolvimento que promova a valorização do trabalho e da produção.
A presidenta Dilma foi receptiva às propostas e classificou as diretrizes como fundamentais para a reestruturação da economia.
Ela foi surpreendida positivamente com o consenso de ideias desenvolvidas por um movimento como este, composto por representantes da classe trabalhadora e empresarial.
Acordo de leniência
O grupo propôs a adoção do Acordo de Leniência (previsto em processos administrativos, onde a empresa admite conduta irregular e colabora com a investigação em troca de punições mais brandas) para diminuir os impactos causados na economia pelo uso político indevido da Operação Lava Jato.
A presidente acolheu a ideia e já adiantou que pretende transformar a proposta em Medida Provisória. Ao fechar os acordos, as empresas podem ressarcir os cofres públicos em caso de recursos desviados e dar informações que podem resultar em outras punições. A medida contribuiria para o bom andamento das investigações e a retomada de obras interditadas pela Operação.“Dilma foi bastante receptiva à construção do Compromisso pelo Desenvolvimento. Para ela, o Brasil vive um momento singular, em que a crise política tem sido um elemento dificultador às demais áreas”, relatou Adilson Araújo, presidente da CTB.
De acordo com o dirigente, a intenção do conjunto de propostas é ajudar o Brasil a encontrar o caminho para recuperar o desenvolvimento e dar sequência às grandes obras de infraestrutura, “prejudicadas, sobretudo, pela Lava Jato”.
“Estudos comprovam que a referida operação tem provocado um impacto negativo na produção do PIB, atingindo hoje um percentual de 2,5%. Isso contribui para um processo de estagnação e profunda recessão ao país”, reforçou o sindicalista, que defende que todas as entidades representativas se unam no combate a esse retrocesso.
Pascoal Carneiro, secretário de Trabalho e Previdência da CTB, falou sobre o impacto positivo que o documento, feito por empresários e trabalhadores, causou no governo.
“Os ministros falaram muito bem do documento. A construção deste plano de ação foi bastante positiva e, apesar do momento de dificuldade, as perspectivas são as melhores”, afirmou.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, demonstrou otimismo e ressaltou as qualidades da proposta. “É uma proposta de nova agenda econômica, uma política de desenvolvimento para aquecer o mercado interno e trazer o barateamento do crédito.”
Na opinião de Luiz Moan, presidente da Anfavea, as questões políticas “devem ser tratadas o mais rapidamente no campo da política”. Para ele, “nada disso pode atrapalhar a tomada de decisões que promovam uma retomada da economia brasileira”.