Congresso aprova LDO; deputado elogia planejamento de gastos 

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (17) o projeto da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O projeto da LDO será enviado ao governo para sanção presidencial. Membro da Comissão Mista de Orçamento (CMO), o deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG), destacou que “é muito importante, na cultura do nosso país, adotarmos estes mecanismos de planejamento do gasto público, de organização do gasto público dentro das principais prioridades do país, dos eixos estruturantes.” 

Congresso aprova LDO; deputado elogia planejamento de gastos

O texto estabelece meta de superavit primário para o governo federal de R$ 24 bilhões em 2016. A meta de estados, Distrito Federal e municípios será de R$ 6,5 bilhões, totalizando R$ 30,5 bilhões para o conjunto do setor público brasileiro.

Após negociação entre os partidos, ficou acertado que a meta será fixa, sem possibilidade de abatimentos, como vinha acontecendo desde o ano de 2004. A possibilidade de redução ao longo da execução orçamentária fazia com que a meta fosse um número móvel.

A meta original do projeto da LDO era de R$ 104,5 bilhões. Ao longo da tramitação da proposta na CMO o número foi sendo reduzido à medida em que caía a arrecadação federal, até chegar ao valor aprovado hoje.

Superavit primário é uma poupança que o governo faz para controlar a expansão da dívida pública federal. O indicador é acompanhado pelos agentes do mercado (empresários e investidores) para avaliar a saúde fiscal do País.

Outros pontos

O plenário confirmou acordo fechado na Comissão Mista de Orçamento e incluiu na LDO um dispositivo que obriga o orçamento de 2016 a destinar recursos para atender a população atingida pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração em Mariana (MG), no início do mês. A lama oriunda do reservatório atingiu cidades de Minas e Espírito Santo. A medida beneficia populações dos dois estados.

A pedido de parlamentares, o texto da emenda deixa claro que o aporte do governo federal não suprime a responsabilidade civil, ambiental e penal da mineradora Samarco, que operava o reservatório de rejeitos, em indenizar os danos causados pelo rompimento da barreira.

O orçamento também garante que a alocação de recursos para a educação privilegiará o cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) e o governo não poderá contingenciar despesas com distribuição de materiais e medicamentos para diabéticos, ações de combate à violência contra a mulher, pesquisas da Embrapa e o Auxílio-Familiar e Indenização de Representação no Exterior pago aos servidores públicos e militares no exterior.

O governo somente poderá incluir ou retirar o equivalente a 10% das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) constantes da lei orçamentária de 2016. Se a carteira tiver, por exemplo, mil projetos, apenas 100 poderão ser excluídos (deixar de ser PAC) ou incluídos (virar PAC) por meio de portaria da Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Atualmente, não há limite para o que pode ser ou não ser parte da carteira.