Parlamento ucraniano aprova orçamento que reduz soberania

O parlamento da Ucrânia aprovou nesta sexta-feira (25) o orçamento de 2016, que obedece condições de submissão às exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI), na esperança de obter mais crédito do organismo, apesar do empobrecimento de setores de baixos rendimentos.

Rada Suprema, parlamento ucraniano

Adotado pelo voto de 263 deputados, de um mínimo técnico de 226, o projeto foi questionado inclusive pelas frações aliadas como o partido Batkivishchina, do primeiro-ministro Arseny Iatseniuk.

A ex-chefe de governo Iulia Timochenko e fundadora da organização que participou do golpe de Estado de fevereiro de 2014, se referiu ao plano como uma "sentença de morte para o país", segundo relataram os noticiários sobre o debate antes da votação no parlamento.

O documento, disse Timochenko, supõe "a destruição dos pobres e a defesa dos mais ricos", em um país à beira de inadimplência e com uma crise econômica sem precedentes na sua breve história.

Representantes da oposição no parlamento questionaram o fato de que os deputados não tiveram acesso à leitura detalhada do projeto do plano fiscal para 2016, que contempla um déficit de US$ 3,5 bilhões, 3,7% do Produto Interno Bruto.

A deputada pelo Bloco Opositor Natália Korolióvskaia denunciou que o texto foi concluído no gabinete de ministros nesta madrugada e nenhum parlamentar foi autorizado a ler o texto.

Entre os pontos mais criticados está o aumento projetado do salário mínimo para US$ 5 e as aposentadorias para US$ 6, o que é absolutamente insuficiente para o pagamento de serviços comunais, como as tarifas de gás e eletricidade, que encareceram demasiado nos últimos 10 meses, segundo expôs.

De acordo com a exigência do FMI, o plano fiscal da Ucrânia está apoiado sobre o controvertido novo Código Tributário, aprovado na semana passada pelo parlamento e que goza de altíssima impopularidade no país.