Depois da carta "mimimi", Temer teria se arrependido

Depois de se transformar em piada nacional, principalmente nas redes sociais, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) está arrependido de ter enviado a carta de “golpe”, disfarçada de desabafo, à presidenta Dilma Rousseff no início de dezembro, poucos dias após a abertura do rito de impeachment aceito pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Temer na saída do encontro com Dilma

Pelo menos é o que afirma interlocutores fontes da grande mídia. Mas segundo eles, o arrependimento não foi por ter escrito a carta e a sua divulgação por um vazamento nada intencional, mas porque Temer considera que foi precipitado.

Ainda de acordo com auxiliares do peemedebista, ele teria reconhecido também que a forma como escreveu alguns trechos do texto foi equivocada e que ele poderia ter redigido a carta de maneira diferente. Ele até citou como exemplo, vejam só, o trecho em que o vice reclamou a Dilma sobre o fato de não ter sido convidado para o encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no início de 2015.

A continuação do mimimi, como ficou conhecida a postura de Temer, veio depois do acirramento da disputa interna do PMDB, inclusive ameaçando o cargo que ele ocupa de presidente da legenda.

Assessores afirmam que ele teria dito que agiu por impulso, diante da pressão de um grupo dentro do PMDB que queria o rompimento com o governo Dilma. Esse setor é encabeçado por Eduardo Cunha.

Claramente preocupado com a sua reputação, assessores fizeram questão de dizer que a choradeira da carta de Temer não é uma postura que faz parte de seu comportamento político. Foi apenas um momento e hoje, refletindo mais, não repetiria a mesma fórmula, que acabou desgastando o peemedebista.