Lava Jato: FHC diz que negociata citada por Cerveró foi exemplar
Com o vazamento da delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, que afirmou que a compra da empresa argentina PeCom pela Petrobras, em 2002, envolveu o pagamento de R$ 100 milhões em propinas ao governo tucano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo resolveu se explicar.
Publicado 13/01/2016 10:25
Apesar da realidade mostrar o contrário, em entrevista à Folha de S. Paulo, FHC disse que declaração é uma “operação” para vincular seu partido, o PSDB, à Operação Lava Jato.
"Esta tentativa de misturar o PSDB com os demais na Lava Jato não me preocupa", afirmou o tucano, insinuando que se trata de uma ação do governo petista, mas como isso é possível se no mesmo depoimento, além de FHC, Cerveró também citou o ex-presidente Lula. Seria o PT algoz de si mesmo?
FHC também disse que que a compra da empresa argentina pela estatal brasileira durante o seu governo foi “limpamente”. Disse até que "se transformou em um 'case' em Harvard, tão limpamente foi feita".
Mas de acordo com Cerveró, não foi bem assim. O delator disse que “cada diretor da Perez Companc recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente US$ 6 milhões”. Afirmou ainda que a “maior parte da propina ficou na Argentina” e que ele e o lobista Fernando “Baiano” Soares, também delator da Lava Jato, receberam US$ 300 mil cada como parte do esquema. A delação de Baiano confirma as informações de Cerveró.
Para FHC, o fato do trecho da delação de Cerveró não apontar os nomes dos integrantes do esquema que teriam recebido a propina e nem quem teria pago deixa “só o mau cheiro no ar, sem que se possa usar desinfetantes".
A jogada do consórcio oposicionista é lançar uma cortina de fumaça quando as delações da Lava Jato citam tucanos. Mesmo com o esforço da mídia, os trechos seletivamente vazados também incluíram, além de FHC, tucanos como Aécio Neves, Aloysio Nunes e o falecido Sergio Guerra, que presidiu a sigla.