Cardozo rebate Cunha: É melhor ele se explicar em vez de se vitimizar

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que diz que as investigações que encontraram as cinco contas na Suíça, entre outras revelações, não passam de um complô entre o governo e a Procuradoria-Geral da União (PGR) contra ele.

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça - Valter Campanato/ Agência Brasil

Para o ministro, Cunha se faz de vítima e recomendou que, antes de fazer ilações contra o governo, ele tem que esclarecer as denúncias de que é alvo. Segundo Cardozo, Cunha “inventa teses”.

“Seria melhor o presidente da Câmara explicar à opinião pública as acusações que lhe são dirigidas ao invés de se vitimizar inventando teses de conluios que nunca existiram”, afirmou o ministro em entrevista à Folha de S. Paulo deste domingo (17).

Cardozo também repeliu as insinuações feitas por Cunha em entrevista também concedida à Folha em que afirma que a responsabilidade dos vazamentos seletivos é do governo, citando especificamente o caso do vazamento de mensagens do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro.

De acordo com o ministro, o inquérito aberto para apurar vazamentos de mensagens de Pinheiro “de fato tinha como vítimas várias pessoas, como o ministro Wagner e o próprio Eduardo Cunha”.

“Não entendo a razão pela qual ele ficou tão incomodado com a abertura deste inquérito. É estranho. Mas, se houver outro vazamento ilegal contra ele não investigado, como já disse, ele pode representar para mim pedindo apuração. Ele sabe como fazer. Já fez antes. E sempre foi atendido como manda a lei”, rebateu.