Ubes repudia retaliação de Alckmin a estudantes das ocupações

“O governo Alckmin foi forçado a retroceder. Não ia deixar barato”, declarou Camila Lanes, presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), ao Portal Vermelho. Nesta quinta (21), ela repudiou as intimidações feitas a estudantes que ocuparam as escolas em São Paulo e que tem sido convocados para reuniões com as direções e a coordenadoria regional de ensino para prestar contas de supostos prejuízos causados durante as ocupações.

Por Railídia Carvalho
 

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“A ordem vem mais de cima não é só do diretor”, reiterou Camila. Ela informou que a Ubes está acompanhando essas reuniões da diretoria com estudantes e que se for preciso os advogados da entidade vão acompanhar o caso. “Um pouco mais próximo das aulas também realizaremos uma assembleia e iniciaremos uma agenda de mobilizações”, completou.

De acordo com a estudante, os motivos para a convocação dos estudantes não existem. Ela deu o exemplo da escola estadual Caetano de Campos da Aclimação. “Estão dizendo que houve depredação mas os estudantes fizeram um vídeo no momento da ocupação documentando que tudo estava em perfeito estado”, ressaltou Camila.

Segundo ela, essa postura das direções e da diretoria de ensino mostra perseguição aos estudantes que estão sendo rechaçados dentro da escola. “Os estudantes tem o direito de lutar por uma educação melhor, de ir e vir e agora o governo quer culpar porque foi obrigado a retroceder”, afirmou.

De novembro a dezembro de 2015 os estudantes paulistas ocuparam mais de 200 escolas em São Paulo. O protesto foi a forma encontrada pelos secundaristas para barrar o projeto de reorganização escolar do Governador Geraldo Alckmin (PSDB) que pretendia fechar 92 escolas. Nesse processo o secretário de educação de São Paulo não resistiu e deixou o cargo e o projeto de reorganização foi suspenso.

Goiás

 Camila denuncio a truculência da polícia de Goiás, estado governado pelo PSDB, em relação às ocupações das escolas estaduais, que completaram um mês. Segundo ela, a Ubes recebeu informações de que a mãe de um estudante teria sido agredida por um policial militar nesta quinta na escola estadual Padre Fernando, em Anápolis.

Da mesma forma como aconteceu em São Paulo, os estudantes ocuparam as escolas de Goiás contra o projeto de terceirização que entrega a gestão das escolas para Organizações Sociais (OSs), entidades filantrópicas privadas. A falta de diálogo é criticada por estudantes e professores. A violência da Polícia Militar tem sido recorrente, tanto nas ocupações quanto nas manifestações de rua dos estudantes.