Passe Livre: PM deixa população sem transporte e acuada com violência

 A tática da polícia militar de fechar ruas, terminais de ônibus e estações de metrô para impedir os atos contra o aumento da tarifa em São Paulo começa a ser questionada pela população. Na noite de quinta (21) após nova atuação truculenta da PM contra manifestantes ficou um saldo de 17 feridos, 8 presos e muitas denúncias.

Manifestantes acuados ato contra auemento tarifa - Mídia Ninja

O clima de tensão começou durante a concentração do protesto, depois de o terminal Bandeira ser fechado, deixando sem condução milhares de pessoas que queriam ir para casa. Segundo um funcionário da SPTrans que pediu para não ser identificado, a ordem partiu da PM. Mais cedo, a Secretaria da Segurança Pública (SSP), havia divulgado nota afirmando que não permitiria o travamento do terminal. O  tenente coronel da PM Mattos disse que houve um acordo entre estado e município.

A medida revoltou a população, penalizada pela decisão do poder público de fechar o terminal. "É um absurdo fazerem isso. Como pode fechar o terminal assim e não colocar as linhas no entorno?", questionou a vendedora Adelaide Soares, de 50 anos, moradora de Guaianases. "Não está acontecendo nada demais aqui, pra que isso? Depois o povo se revolta e ninguém entende", completou.

Começou no dia 12 a estratégia da PM de acuar as manifestações quando, naquele dia, mais de 100 policiais cercaram a praça do ciclista na concentração do ato. A atuação da PM intensificando o uso de balas de borracha, bombas de efeito moral, atingiu pedestres que não participavam da manifestação e jornalistas. No ato desta quinta, jornalistas passaram por revista (tiveram que se ajoelhar, com as mãos na cabeça, segundo relato da Folha de S.Paulo), um repórter fotográfico e um cinegrafista foram atingidos por disparo de bombas e balas de borracha.