Líder socialista espanhol espera que Podemos apoie sua candidatura

O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez, afirmou nesta segunda-feira (8) que acredita que o partido de centro-esquerda Podemos apoiará a formação de um governo alternativo ao conservador Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy.

Pedro Sánchez

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) já votou para que o PP não seguisse governando, sublinhou Sánchez em referência a sua decisão de se apresentar a candidatura, depois de receber o do rei Felipe VI, a faculdade de formar um governo, diante da impossibilidade de Rajoy de aglutinar os apoios necessários.

Entrevistado pela Rádio Nacional da Espanha, o secretário-geral do PSOE afirmou que deve ser seu homólogo do Podemos, Pablo Iglesias, a decisão de acompanhá-lo ou não nessa tarefa.

Se Iglesias mantiver os vetos aumentará as oportunidades de que Rajoy continue como presidente do Executivo, advertiu.

Reiterou que a formação emergente, convertida em terceira força parlamentar depois das eleições gerais do último dia 20 de dezembro, tem a porta aberta para se sentar a negociar, assim como o farão a Esquerda Unida (IU) e Cidadãos (C's, centro-direita).

Na sexta-feira, Iglesias convidou Sánchez a não atrasar a constituição de um governo progressista na Espanha com o apoio do Podemos e da IU.

"Nossa aposta é em um executivo de coalizão com o PSOE e a IU, e não consentiremos outra fórmula nem de forma ativa, nem passiva", ressaltou depois de se reunir com o dirigente socialista.

Na opinião do jovem professor universitário, o Podemos defende uma aliança de progresso e de mudança que não se volte para direita, e descartou um possível pacto que inclua o C's, como pretende o PSOE.

No entanto, Sánchez insistiu em dizer que sua candidatura precisa da adesão do C's e de todas as forças interessadas em tornar realidade as transformações exigidas pelos espanhóis nas urnas, que resultaram no parlamento mais fragmentado do período democrático.

De fato, esclareceu, a soma das cadeiras do PSOE (90), Podemos e sus aliados territoriais (69) e IU (dois) é inferior às do PP (123) e do C's (40) – 161 contra 163, fazendo com que seja necessário o apoio de outros partidos.

Caso ceda para possibilitar a soma dos votos, serão bem-vindas essas concessões, enfatizou o máximo dirigente dos socialistas, que assegurou que no começo de março se submeterá à confiança do Congresso dos Deputados.

Nos esforçaremos para que a Espanha tenha governo o quanto antes, assegurou Sánchez, que considerou um fracasso a possível convocação de novas eleições.

Fonte: Prensa Latina