Golpe na Ucrânia: fascista diz que matou policiais com tiro na nuca
Apesar da opinião comum, os primeiros mortos em 20 de fevereiro de 2014, dia mais sangrento da "revolução" ucraniana, não foram os ativistas do Maidan, mas sim os policiais da unidade especial ucraniana Biérkut. O criminoso da cidade de Lvov, Ivan Bubenchik, foi quem atirou contra eles.
Publicado 19/02/2016 16:14

20 de fevereiro de 2014 é uma data muito importante na história da Ucrânia. Naquele dia nas ruas de Kiev foram mortos 48 manifestantes e 4 policiais. Logo depois o presidente Viktor Ianukovitch fugiu do país; em breve, aconteceu a reunificação da Crimeia com a Rússia e a guerra na Bacia do Don (Donbass).
Porém, de manhã cedo, em 20 de fevereiro, tal cenário parecia ficção porque após violentos confrontos que tinham durado dois dias e já tinham levado a vida de 31 manifestantes e oito policiais, as forças da polícia conseguiram reduzir consideravelmente a área de protesto no centro de Kiev e estava prestes a derrotar o movimento pró-europeu Maidan.
Ivan Bubenchik contou à edição on-line Bird in Flight que “na manhã de 20 de fevereiro chegou um rapaz e trouxe um fuzil de assalto Kalashnikov em uma bolsa para raquete de tênis e 75 cartuchos”.
O radical pegou a arma e entrou no edifício de Conservatório de Kiev localizado na Praça de Independência (Maidan Nezalejností, em ucraniano) onde ficavam o campo dos manifestantes e as posições da polícia e aproximou-se da janela mais próxima aos redutos policiais.
“Eu escolhi aqueles que davam ordens. Não podia ouvir, mas vi os gestos. A distância foi pequena e por isso só dois cartuchos foram precisos para dois comandantes… Dizem que matei-os atirando na nuca e é verdade. Assim se deu que estavam de costas para mim. Não tinha possibilidade de esperar para se virarem”, contou Bubenchik.
Depois disso o radical saiu do edifício e tentou criar a aparência de que os manifestantes tenham muitas armas para fazer a polícia cair em pânico e fugir.
“Não era preciso matar outros [policiais], somente podia feri-los nos pés, Saí do Conservatório e comecei me movendo ao longo das barricadas. Disparava de modo a criar a aparência que tínhamos de 20 a 40 fuzis de assalto”.
O plano dele deu certo – a polícia recuou permitindo os manifestantes a tomarem vantagem tática.
O radical não lamenta ter atirado contra policiais que não o viam: “As minhas vítimas são criminosos, inimigos. Eu devo falar para que outras pessoas saibam o que fazer com os inimigos”.
A crise política eclodiu na Ucrânia em novembro de 2013, quando as autoridades do país anunciaram a intenção de suspender o seu processo de integração europeia. Os protestos que começaram em Kiev, apoiados pelo Ocidente, levaram a um golpe de Estado em 22 de fevereiro de 2014, forçando o então presidente Viktor Ianukovitch a fugir do país.
Dois meses depois, Kiev lançou uma operação militar contra os independentistas no sudeste do país, que não reconheceram a nova liderança no poder central.
Fonte: Sputnik