Audiência em Campo Grande destaca retrocesso na terceirização
A rejeição ao projeto de regulamentação da terceirização marcou a audiência pública realizada nesta sexta-feira (19) na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. O debate integra um ciclo promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) que, desde o ano passado, tem discutido o tema em todo o país.
Publicado 22/02/2016 13:30

Como nas edições passadas, a audiência desta sexta reuniu trabalhadores, centrais sindicais e deputados estaduais para o debate do tema.
Para o superintendente regional do Ministério do Trabalho em Mato Grosso do Sul, Ives Drosghic, caso seja aprovada, a proposta da terceirização pode levar o Brasil a retroceder em relação a outros países do mundo.
“O mundo está discutindo por que 1% da população concentra 99% da riqueza e 99% da população não tem 1% da riqueza mundial. Então, é importantíssimo que a gente se mobilize para dizer não a terceirização”, argumentou.
Muita polêmica
O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), explicou que o ciclo de audiências visa assegurar os direitos dos trabalhadores, que o projeto de regulamentação da terceirização, já aprovado na Câmara dos Deputados, pode retirar. O projeto, do ex-deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), tem causado muita polêmica por ampliar a possibilidade de terceirização.
“Gera desemprego, reduz salário, provoca mais acidente no trabalho, aumenta ações na justiça. Com isso todos perdem. Vamos rejeitar o projeto e apresentar um outro para garantir que os terceirizados, que são 3,5 milhões, tenham os mesmos direitos que os outros trabalhadores”, disse o senador.
Os estados de Sergipe (25/2), Alagoas (26/2), Tocantins (10/3) e Goiás (11/3) serão os últimos a receber as audiências da CDH. O encerramento do ciclo de encontros deve ocorrer em maio, em Brasília.