Previdência:Gabas diz que governo e centrais vão debater juntos 

Em entrevista na sexta-feira (19) ao portal da Central Única de Trabalhadores (CUT), o secretário especial da Previdência, Carlos Gabas, afirmou que o governo federal não tem proposta de reforma da previdência. Segundo ele, a proposta será formulada com as centrais de trabalhadores na comissão técnica, recém-criada para debater o assunto.

Carlos Gabas, secretário especial da previdência - Roberto Parizotti/CUT

“O governo não tem proposta de reforma de previdência! O Fórum que envolve trabalhadores, empregadores e governo é quem vai formular, vai tentar encontrar consenso, se é que é possível, em todas as propostas, mas minimamente algum consenso nós entendemos que é possível extrair deste debate”, explicou Gabas. 

Ele reforçou que o consenso será o critério para o que será encaminhado pela comissão técnica. “O que for dissenso nós vamos discutir como é que faz. Este debate de verdade, de fato, de aprovação ou não se dará no Congresso Nacional”, completou.

Mudanças

O secretário defendeu mudanças na previdência baseado na questão demográfica. Segundo ele, a maior expectativa de vida no Brasil e a queda na taxa de fertilidade exigirão mudanças na previdência. “O tempo de duração nas aposentadorias e nas pensões colocam em risco a manutenção do sistema inclusive.”

Ele apresentou projeções para 2020 e 2030 com novas quedas na taxa de fertilidade, que chegaria em 1.5 (filho por mulher) em 2030. Nos anos 1970 essa taxa era de 5,8 (filho por mulher), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isto traz para nós um desafio muito grande, porque você vai ter menos trabalhadores, mais aposentados e vivendo mais. Então é obvio que você precisa fazer um ajuste nisto”, defendeu Gabas.

Equiparação e idade mínima

“Não! Idade mínima é uma conversa que existe, mas o governo não está propondo idade mínima!”, afirmou Gabas. Da mesma maneira ele respondeu em relação à suposta proposta sobre equiparação entre homens e mulheres.

“É um tema para debate que são as regras para homens e para mulheres, mas a sociedade que irá definir. Não há nenhuma sinalização e nem encaminhamento para este debate”, confirmou.

O secretário ressaltou ainda a importância da participação das centrais de trabalhadores na qualificação do debate e na mobilização no enfrentamento no Congresso Nacional.

“Nós temos experiência de várias outras situações e sabemos que se os trabalhadores não estiverem mobilizados as propostas que passam, claro, são contra os trabalhadores. Então é preciso que haja mobilização e que a CUT ajude o governo na garantia e manutenção dos direitos dos trabalhadores”, lembrou.