Morais: Elite teme a continuidade do projeto implantado há 13 anos

Em entrevista ao jornal O Tempo, de Minas Gerais, o escritor Fernando Morais afirmou que, diferentemente do que diz grande mídia, Lula não está nem nunca esteve envolvido em esquemas de corrupção.

Fernando Morais

“Ele, Dilma e o PT apenas são os alvos visíveis. O que se teme é o novo projeto de nação que vem sendo implantado há 13 anos no Brasil. O que está acontecendo é que a elite que dominou esse país durante meio milênio tem medo da continuidade e da consolidação desse projeto que, entre outras virtudes, tirou 40 milhões de brasileiros da miséria, que fez uma revolução sem dar um tiro. É disso que eles têm medo”, enfatizou o escritor.

Para Fernando Morais, “sem nenhuma sombra de dúvida”, setores do Ministério Público, do Judiciário e da Polícia Federal “têm agido impunemente de forma política, partidária e eleitoral para tentar minar o projeto instalado no Brasil”.

“Um olhar mais atento, porém, mostra que os interesses e os personagens que estão na margem direita desse rio são velhos conhecidos dos brasileiros. São os mesmos que levaram Getúlio (Vargas) ao suicídio, em 1954, que tentaram impedir a posse de JK (Juscelino Kubitschek), que tentaram derrubá-lo com os frustrados golpes militares de Aragarças e Jacareacanga, que tentaram impedir a posse de Jango (João Goulart) e depois o derrubaram em 1964. Nada disso, no entanto, seria possível se os golpistas de hoje não tivessem à sua disposição a maior parte dos grandes órgãos de imprensa do país”, enfatizou,

Para o escritor, a internet está conseguindo minar a estratégia do monopólio midiático. “Agora eles mentem à noite na televisão, e nós desmentimos de dia. Acabou a moleza”, frisou.

Morais disse também que apesar do massacre diário contra a imagem do ex-presidente, o legado social e a trajetória de Lula continuam fortalecidas. “Se agora, debaixo de um tiroteio jamais visto na história da nossa imprensa, as pesquisas dizem que Lula estaria seguramente no segundo turno, imagine o que vai acontecer daqui a dois anos. Se Lula não tivesse chances de se eleger presidente em 2018, ninguém se importaria com ele, nem estariam vasculhando sua vida e a de seus familiares”, pontou.