Líder do PSOE crê que assumirá a presidência do governo espanhol

O secretário geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, mostrou-se nesta quarta-feira (9) convencido de que conseguirá a presidência do governo e evitará a celebração de novas eleições na Espanha.

Pedro Sánchez, líder do PSOE

Em declarações à emissora de televisão Quatro, Sánchez assegurou que chegará ao Palácio de La Moncloa – sede do poder central –, porque no final o líder do Podemos, Pablo Iglesias, voltará atrás e impedirá a convocação de outras eleições, fixadas para o dia 26 de junho.

O líder do PSOE falou desse modo de um difícil mas possível apoio do grupo de centro-esquerda a um executivo encabeçado por ele, ainda que o Podemos tenha descartado de todo modo apoiar um acordo selado entre os socialistas e o direitista Ciudadanos (C's). Sem essa apoio, dificilmente haverá governo.

Iglesias, que admitiu que seu partido não tem força suficiente para governar sozinho, por ter apenas 90 deputados, deixou a porta aberta para estabelecer uma coalizão, mas sem esclarecer quem seriam seus potenciais aliados.

O PSOE não está em condições de formar um executivo próprio, porque assim o quiseram os espanhóis nas urnas, reforçou Sánchez, em alusão aos resultados das eleições de dezembro, que deixaram o parlamento mais fragmentado em quatro décadas.

Durante a entrevista, Sánchez também não excluiu que em uma hipotética administração, a vice-presidência seja ocupada pelo secretário-geral do Podemos.

Nunca me fechei à aliança com outros partidos, motivo pelo qual não elimino nenhuma tendência, insistiu.

Ele também defendeu a realização de acordos e reforçou que pode se chegar a pontos comuns entre diferentes grupos sem trair os princípios de cada um.

Sobre a oferta conjunta do PSOE e C's de se unirem ao Partido Popular (PP) para acabar com o bloqueio institucional, o dirigente socialista considerou que não aceita uma coalizão sugerida pelo chefe do Executivo em exercício, Mariano Rajoy.

Sánchez ratificou que seu partido também não apoiará a candidatura à reeleição de Rajoy, nem de nenhum outro aspirante à Moncloa que seja proposta pelos conservadores.

Apesar de ser a força mais votada nas eleições de 20 de dezembro, o PP não pôde garantir a continuidade do governo, ao conquistar 123 cadeiras na Câmara baixa, distante das 176 estabelecidas como maioria absoluta para manter-se no poder.