Renan: PMDB precisa ter responsabilidade para não aumentar crise

O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), disse nesta quinta-feira (10) que o PMDB deve ter muita responsabilidade na convenção nacional de domingo, porque o posicionamento do PMDB pode "aumentar ou diminuir" a crise política.

Renan e Cunha

Às vésperas da convenção do seu partido, Renan mantém conversas com diversas lideranças políticas. Nesta quarta (9), ele se reuniu com o ex-presidente Lula e, à noite, conversou com a presidenta Dilma Rousseff e em seguida participou de jantar com a cúpula do PSDB.

“Conversei bastante com a presidenta Dilma. Mais do que nunca, é hora de construir uma convergência em torno do interesse nacional. Mais do que nunca é hora de pensarmos, é hora de pensar no Brasil, no consenso, no equilíbrio, na serenidade. Acho que dessa forma vamos construir saídas”, disse o senador.

Dilma também tem reafirmado a necessidade de construir o diálogo nacional. “No momento em que nós vivemos é necessário repetir a importância da tolerância”, afirmou Dilma durante evento na terça (8). E acrescentou: “Um dos componentes que atrasa o crescimento é a sistemática crise política a que o Brasil, de forma episódica, vem sido submetido”.

Após o jantar com lideranças tucanas na noite de quarta, a grande mídia se apreçou em dizer que se tratava de uma aliança pelo impeachment contra o mandato da presidenta Dilma. Renan, por sua vez, arrefeceu os ânimos golpistas ao afirmar que continuará conversando com o PSDB e com os demais partidos nesse momento de crise política.

“O PMDB, que é pilar da governabilidade, tem que ter muita responsabilidade nessa hora para não aumentar a crise. O PMDB tem que ser a saída para a crise. O poder moderador, o pilar da sustentação da democracia. O PMDB deve fazer sua convenção com muita responsabilidade, porque qualquer sinalização que houver com relação ao posicionamento do PMDB pode diminuir ou aumentar a crise”, frisou o senador.

Renan também repeliu as ilações de que tenha tratado de impeachment com o PSDB ou qualquer outro. “Absolutamente. Temos cenários vários que precisam ser discutidos. Mas o importante é preservar, proteger, o interesse do país”, enfatizou o senador.

Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que a legenda tome uma posição na convenção nacional sobre se manter no governo ou não. Cunha chegou a defender que, se não houver consenso para o desembarque imediato do governo, que ao menos, dê independência aos membros do partido de se posicionarem e votarem como quiserem em relação às matérias no Congresso.

Sem citar nomes, Renan rebateu a posição de Cunha. “O PMDB tem que reafirmar sua dependência com relação ao Brasil, que vai priorizar o interesse nacional”, disse.