Pimenta: Entrega do pré-sal a estrangeiros integra agenda golpista

O vice-líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS), denunciou nesta sexta-feira (11) a existência de uma articulação golpista entre o PSDB/DEM, mídia conservadora e segmentos do Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário com o objetivo de tentar derrubar a presidenta Dilma Rousseff e favorecer a implementação de uma agenda contrária aos interesses nacionais e do povo brasileiro.

Paulo Pimenta

“Há, evidentemente, fortes interesses estrangeiros por trás desse movimento golpista, com as imensas jazidas do pré-sal em primeiro plano”, disse.

Segundo ele, não é novidade a existência de uma articulação global, de grandes interesses capitalistas, para enfraquecer ou derrubar governos de esquerda ou centro-esquerda na América Latina, como ocorre também na Venezuela e Bolívia e já aconteceu na Argentina, onde conservadores ligados aos interesses estrangeiros derrotaram um governo nacionalista e progressista.

“No caso do Brasil, a agenda conservadora golpista visa a retirar direitos dos trabalhadores, conquistados a partir de 2003 com o governo do presidente Lula e mantidos pela presidenta Dilma, e fazer o Brasil retroceder a um papel periférico na comunidade internacional”, disse Pimenta.

Ele suspeita que os movimentos direitistas do país sejam financiados também por fontes externas. Afora isso, muitos dos líderes direitistas do país foram treinados ou doutrinados nos EUA, de onde receberiam também assessoramento, para que adotem uma agenda que se alinhe aos interesses dos norte-americanos.

Pimenta lembrou que o próprio juiz Sérgio Moro, bastante criticado por juristas pelo modo arbitrário e inconstitucional com que conduz a Operação Lava-Jato, fez curso nos EUA bancado pelo Departamento de Estado, conforme noticiou o jornal Washington Post.

Na análise de Paulo Pimenta, há uma combinação de interesses políticos, ideológicos, econômicos e comerciais no âmbito da Lava-Jato com alvo central no PT, no ex-presidente Lula e na presidenta Dilma. “Querem impedir políticas públicas que melhorem a vida do povo brasileiro e combatam injustiças históricas; querem impedir o protagonismo internacional do Brasil, como no âmbito do BRICS; querem destruir empresas brasileiras, enfraquecendo nossa soberania e autonomia e, consequentemente, barrando projeto de desenvolvimento conforme os interesses do povo brasileiro’’.

Conforme Paulo Pimenta, o cenário atual é um replay do que aconteceu em outros governos com agenda nacionalista e popular. O comportamento golpista da mídia, que tem sua agenda própria e também atua em simbiose com a oposição antidemocrática representada pelo PSDB e DEM, ocorreu, por exemplo, durante o governo de Getúlio Vargas, especialmente no segundo período em que comandou o Executivo (1950-54).

“A criação da Petrobras só foi conseguida por Vargas com o sangue e o suor dos brasileiros, enfrentando setores entreguistas que não se conformavam com a agenda nacionalista e de defesa dos interesses dos trabalhadores. O mesmo aconteceu com João Goulart, que foi derrubado em 1964 com um golpe de estado que trouxe uma ditadura para o Brasil”, observou o parlamentar.