Daniel: Cunha não tem “moral” para conduzir processo contra Dilma 

“O povo brasileiro se lembra em que condições foi acatado o pedido de impeachment, pelo presidente (Eduardo Cunha) denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) e que agora é réu na Operação Lava-Jato. Que autoridade tem esse presidente para conduzir esse pedido. Não tem legitimidade nem ética, nem moral. É apenas por um motivo de vingança e retaliação daqueles que não aceitam o resultado das eleições e tentam impor o 3º turno da disputa eleitoral, que é o objeto desse debate aqui.”

Daniel: Cunha não tem “moral” para conduzir processo contra Dilma - Agência Câmara

Com essas palavras dirigidas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), manifestou a opinião do seu Partido, na tarde desta quinta-feira (17), na sessão para a eleição da comissão especial encarregada de analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“A saída não é o impeachment. Não há fato,. Nenhum jurista sério leva em consideração a alegativa das chamadas “pedaladas fiscais”. Portanto não há fato para pedido de impeachment”, discursou o líder comunista, sob grtios dos deputados da oposição que tentavam impedi-lo de falar, alegando que ele não tinha o direito de falar como líder na sessão.

Garantindo seu tempo de discurso, Daniel Almeida continuou, dizendo que o processo de impeachment “é um passo adiante para romper a legalidade democrática, para agredir a nossa democracia. Esse não é o processo normal”, afirmou,  cobrando do parlamento o papel que lhe cabe, de enfrentar a crise com propostas para a retomada do crescimento.

E anunciou a disposição, do campo progressista da Casa, “de continuar a luta na comissão especial, nas instituições, como fizemos no STF, quando V.Sa. interviu, para normalizar o processo de impeachment, e nas ruas para debater uma agenda que interessa ao país”, finalizando com a palavra de ordem “Golpe não passará.” Eduardo Cunha trenou criar um rito próprio para votar o pedido de impeachment, mas foi detido pelo PCdoB que entrou com ação no STF pedindo a retomada do processo de acordo com o que determina a Constituição.

Decisão do Supremo

Um dia depois que o STF rejeitou o recurso apresentado por Cunha, mantendo a decisão da corte sobre o processo do pedido de impeachment, o Presidente da Câmara convocou sessão para eleger a comissão especial que vai analisar o impedimento da presidenta Dilma.

No entanto, ao contrário do que ele queria, a comissão será formada a partir da indicação dos líderes partidários, a votação será aberta e o Senado é quem julgará, em última instância, o pedido de impeachment.

“Cunha sabia que não tinha fundamento o seu embargo. O objetivo dele era paralisar a Câmara e prejudicar até o andamento do Conselho de Ética, que analisa sua cassação”, avalia o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA).

Para a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), o STF restaurou a legalidade do processo. “Felizmente, o Supremo decidiu pelo o que nós reivindicamos que fosse o rito. Nós estamos certos que estamos no caminho justo e agora é partir para a luta política que é própria daqueles que querem defender o país”, destaca.