Orlando:“Cunha quer criar uma cortina de fumaça para se esconder” 

O deputado federal Orlando Silva participou do ato contra o golpe e pela democracia na última sexta-feira (18), na avenida paulista, em São Paulo, sem perder de vista as manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a quem Orlando classificou, na ocasião, de “capitão do impeachment”. Para o deputado do PCdoB, “Cunha quer (com o impeachment) rasgar a constituição e criar uma cortina de fumaça para ele, réu, se esconder”.

Orlando Silva no ato do dia 18 de março em defesa da democracia - facebook Orlando Silva

Enquanto Orlando denunciava os desmandos de Cunha duante o ato na paulista, os manifestantes entoaram o coro “Fora Cunha”, palavra de ordem que tem sido frequente nas manifestações pelo Brasil.

O ponto alto do "Fora Cunha" aconteceu em outubro de 2015 durante as manifestações do movimento de mulheres contra o projeto de Lei 5069, de autoria do próprio Cunha. O PL retrocede a legislação brasileira sobre o aborto e criminaliza vítimas e profissionais de saúde.

Escândalo
“É um escândalo! O Eduardo Cunha está há seis meses com um processo de cassação que não sai do lugar. Agora eles querem fazer um tribunal de exceção, um rito sumário quando não há nenhum motivo que fundamente qualquer pedido de impeachment. Mas eu creio que a mobilização popular, a luta no congresso e no judiciário, a luta em todas as frentes vai impedir que esse golpe aconteça”, enfatizou Orlando.
Ele completou dizendo que a manifestação do dia 18 demonstrou que o Brasil é maior que as tentativas de violar a democracia. “A festa que nós fazemos hoje (na sexta) aqui é também uma demonstração de força. Não imaginem os golpistas que vai ser uma passarela o atentado que eles querem fazer contra o nosso modelo. Nós vamos enfrentar no terreno que eles quiserem: no congresso, nos tribunais, nas ruas, o certo é que não deixaremos que o Brasil volte para trás”, ressaltou o deputado.
Réu
No início do mês o pemedebista Eduardo Cunha se tornou réu em ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar é investigado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade eleitoral. As acusações apontam para contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça. 

Por Railídia Carvalho