Rede Golpe de Televisão midia golpista
Assim como é unanimidade que ninguém é a favor da corrupção, da mesma forma não existem dúvidas de que o golpe para destituir a presidenta Dilma Rousseff do governo é também midiático.
Em ato organizado por sindicalistas nesta quarta-feira (23) em São Paulo em defesa da democracia, representantes do movimento social concordaram que para combater o golpe é preciso enfrentar o alcance da Rede Globo, que omite, manipula e realiza campanha diária e agressiva contra Dilma e o ex—presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos para a periferia dialogar com os trabalhadores para alertar que a rede Globo e os grandes meios de comunicação estão iludindo os trabalhadores.Eles tem que ficar muito atentos. Quem mais tem a perder com o golpe são os trabalhadores”, afirmou Raimundo Bomfim, presidente da Central de Movimentos Populares (CMP).
Um exemplo é o levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar que listou cinqüenta projetos de lei, em tramitação no Congresso Nacional, que retiram direitos dos trabalhadores, como o Projeto de Lei Complementar 30/2015, mais conhecido como o projeto da terceirização. Os autores desses projetos e os apoiadores também apoiam o impeachment contra Dilma.
“Nos bairros, nas periferias, nas comunidades de base, infelizmente só se escuta uma voz. Temos que colocar outras vozes, a dos trabalhadores através da organização que temos como as centrais, as organizações locais, como as associações de bairros. Estes sempre foram os nossos instrumentos de luta e é com eles que vamos fazer o enfrentamento neste momento”, defendeu Carmen.
Os dois lados
O dirigente do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro), Itamar Sanches disse que é preciso contar o outro lado da versão. “É preciso fazer com que os trabalhadores deixem de escutar a grande mídia, a imprensa golpista que está aí colocando 24 horas a ideia neles de que toda a esquerda é corrupta, dai o dirigente sindical daqui a pouco vai ser também”, avaliou.
“Agora ninguém fala que a Petrobras, lá em 2002, estava com 30 funcionários e investia 10, 15 bilhões de dólares por ano. Hoje chegamos a 80 mil funcionários e a empresa investe 50 bilhões de dólares por ano. E foi esse governo do PT que fez com que a empresa alavancasse o que tem. Ninguém vai defender corrupto mas é que estão direcionando a apenas um partido. Todo mundo é inocente até que se prove o contrário mas o que querem é punir essas pessoas por ideologia”, completou Itamar.
Rede alternativa de comunicação
O jornalista João Franzin, da Agência Sindical, disse que é preciso contestar a versão predominante que circula nos grandes meios de comunicação porque contrariam os interesses da democracia, da sociedade e dos trabalhadores.
“A mídia é um dos braços agressivos da orquestração do golpe em curso no Brasil, a grande mídia. E faz agora o que fez em 54 e 64. Temos que estar vacinados em relação a grande mídia. Quem assistir a Globo deve assistir de olhos críticos, sentido crítico e procurar encontrar informações nos meios alternativos. Na imprensa sindical, nos blogs e portais alternativos”, recomendou.
Em declaração ao Portal Vermelho, durante o ato do 18 de março contra o golpe, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schroder, repudiou a postura da grande imprensa. “Os jornalistas brasileiros não compartilham a visão e a forma como as empresas de comunicação se conduzem no pais. Ao contrário, repudiamos toda e qualquer tipo de manipulação e reputamos a necessidade da verdade como base para o exercício da cidadania”, ressaltou.