Comunistas portugueses condenam golpe e desestabilização no Brasil

O Partido Comunista Português divulgou nesta semana em seu site uma nota em resposta às solicitações da mídia do país europeu em relação aos recentes acontecimentos no Brasil. A nota apoia os movimentos progressistas contra a ofensiva reacionária que pretende derrubar a presidenta do país, Dilma Rousseff, por meio de um golpe no parlamento.

Manifestação contra o golpe no dia 18 de março de 2016

Leia abaixo a íntegra da nota:

Face a solicitações de diversos órgãos de comunicação social relativamente aos recentes acontecimentos no Brasil, o PCP sublinha que:

Os recentes desenvolvimentos no Brasil não podem ser desligados do aprofundamento da crise do capitalismo que marca a situação internacional e que tem actualmente profundas consequências nos chamados países emergentes.

Tentando tirar partido de reais problemas e de profundas contradições na sociedade brasileira, os seus setores mais retrógrados e anti-democráticos promovem uma intensa operação de desestabilização e de cariz golpista procurando alcançar o que não conseguiram nas últimas eleições presidenciais – a ação montada contra Lula da Silva insere-se neste processo mais geral de desestabilização.

O que sobressai nos recentes acontecimentos no Brasil não é a tentativa de combater a corrupção e um sistema político e eleitoral que a favorece, mas antes uma ação protagonizada pelos setores mais retrógrados – eles próprios mergulhados em décadas de corrupção –, visando, por via da instrumentalização do poder judicial e da ação de órgãos de comunicação social, a criação das condições para a reversão dos avanços nas condições de vida do povo brasileiro alcançados nos últimos 13 anos.

Uma ação de desestabilização indissociável do conjunto de manobras de ingerência promovidas pelos Estados Unidos visando os processos progressistas e de afirmação soberana na América Latina.

O PCP é solidário com as forças progressistas brasileiras, com os trabalhadores e o povo brasileiro e a sua luta em defesa dos seus direitos, da democracia, da justiça e progresso social.