Blog do Planalto sobre midia golpista: Não era jornalismo

O Blog do Planalto elevou o tom contra os factoides publicados pela grande midia nos últimos meses. Em um texto publicado neste domingo (10), o blog rebateu o que chamou de “tese” de revistas semanais sobre uma suposta “compra de voto” para combater o impeachment e criticou a falta de isenção da mídia. "Era para ser jornalismo, mas não passa de torcida organizada".

Blog do Planalto

A nota do Planalto criticou as informações de três revistas semanais publicadas neste fim de semana e brincou com a orquestra "desafinada" da IstoÉ, Veja e Época: “abordaram, de maneira uníssona, a tese de compra de votos do Palácio do Planalto para combater o impeachment na Câmara", mas não trazem “prova alguma”, "nem sequer uma declaração oficial de parlamentares abordados ou “comprados", nada que "sustente a tese como fato jornalístico", afirma o texto.

Com um cunho otimista, a publicação do blog ressalta que "a aproximação, o diálogo e as negociações feitas pela área política do Palácio do Planalto não se resumem a apenas uma votação, e sim para um relançamento do governo no dia seguinte após o Brasil superar a agenda catastrofista do impeachment".

Leia abaixo à integra do comunicado:

Quando o linchamento público fracassa, quando se constata a reação vitoriosa ao ódio, à intolerância e ao rancor como estratégia para o triunfo político, quando são evidentes os sinais de arrefecimento da ação golpista, a saída é recorrer a factoides.

Desesperados.

É o que se conclui com a orquestra afinada (ou desafinada?) das revistas semanais, que em suas edições deste fim de semana abordaram, de maneira uníssona, a tese de “compra de votos do Palácio do Planalto para combater o impeachment na Câmara”.

Tese, sim, e em tom de “denúncia”. A negociação de emendas e cargos – “e até dinheiro”, como narra uma das publicações – é descrita com a agressividade habitual pelas revistas Época, IstoÉ e Veja. Ainda que não exibam prova alguma, nem sequer uma declaração oficial de parlamentares abordados ou “comprados”, ou outra mínima evidência capaz de sustentar a tese como fato jornalístico.

Era para ser jornalismo, mas não passa de torcida organizada.

Embarcam, assim, na onda dos denunciadores, que acusam o governo de fazer exatamente aquilo que – eles, sim – estão fazendo. Como declarou o ministro Ricardo Berzoini na sexta-feira (8), “mesmo com todo o esforço de cooptação de parlamentares, com promessas de cargos e vantagens, eles não têm os votos”.

Não há “compra de votos” em curso. A aproximação, o diálogo e as negociações feitas pela área política do Palácio do Planalto não se resumem a apenas uma votação, e sim para um relançamento do governo no dia seguinte após o Brasil superar a agenda catastrofista do impeachment.

A tese das semanais constitui, isto sim, mais um capítulo da tentativa inclemente de aprovar o impeachment a qualquer preço. Na falta de evidência prática de sua vitória, as revistas e os apoiadores do golpe parecem torcer para sua “profecia autorrealizável”.

O termo, cunhado em 1949 pelo cientista social norte-americano Robert Merton, em inglês chama-se self-fulfilling prophecy.

Na prática, significa você repetir tanto uma coisa, com bases falsas, até que ela se torne realidade.

Neste caso, não se tornará."