Stédile: A mídia estimula um clima de ódio que estigmatiza os pobres

"Setores da burguesia clamam pelo afastamento de Dilma, para impor uma agenda mais neoliberal", com essa afirmação, o coordenador nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, inicia entrevista concedida ao Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ). Há décadas na luta pelo direito à terra, o dirigente faz uma análise sobre o momento de crise político-econômica que o Brasil vive.

Stedile: A mídia estimula o clima de ódio que estigmatiza os pobres
Stédile argumenta que é necessário apontar, de forma imediata uma saída para a crise estabelecida no país. "A crise é a desarrumação, nada funciona direito. Como sair desse quadro? Quando as classes sociais conseguem se aglutinar e apresentar à sociedade um projeto de saída da crise. A questão é que não hoje não há um projeto de país que aglutine as massas", considera.

"Os setores do poder econômico brasileiro pensam que a saída à crise é a volta ao neoliberalismo, para que haja mais liberdade para com o capital e, dessa forma, mais lucro. Dessa forma, o governo Dilma se torna uma barreira a tais setores, tendo em vista que seu projeto representa uma coalizão de forças sociais que se opõe à cartilha neoliberal", denuncia Stédile. 

Espetáculo Midiático

O coordenador do MST considera que há o problema histórico de classes no país. "O Brasil é o único país que ainda tem elevador para domésticas e cachorros, há algo de errado nisso. Existe um componente ideológico forte entre alguns setores da pequena burguesia e que é representado pela grande mídia e a sua função é estimular o ódio da classe média, criando toda essa estigmatização aos pobres, por isso, a regulamentação dos meios de comunicação se faz urgente”, avalia. 

Confira a íntegra da entrevista: