Velhas oligarquias estão tentando derrubar Dilma, diz professor
Em entrevista ao jornal TVT, o cientista político, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), Paulo Niccoli Ramirez comentou sobre o processo para derrubar a presidenta Dilma Rousseff. Para ele, o processo de impeachment é ilegítimo e demonstra o que é o patrimonialismo no Brasil, "as velhas oligarquias e seus descendentes são o que estão tentando novamente derrubar um presidente da República", em referência ao golpe de 64.
Publicado 15/04/2016 17:08

"É uma tremenda artimanha, um golpe. Não há até agora nenhum indício de participação direta. Me parece mais um ato de vingança, de retalhação de Eduardo Cunha. O processo não tem legitimidade. Se ela sofrer o impeachment vários outros governadores deverão passar por isso, conclui o cientista.
Grande mídia e o papel da internet
O professor Ramirez cita ainda a relação da mídia com a tentativa golpista. "A mídia está relacionada, sobretudo a Rede Globo, com as grandes oligarquias". Ele criticou ainda o papel político da imprensa no Brasil. "Uma mídia democrática ela precisa investigar, precisa denunciar vários partidos, não só o PT, e da mesma maneira, isso seria uma forma mais legítima de conduzir o processo, pelo menos do ponto de vista dos meios de comunicação, e isso não está ocorrendo. É ultraje o que a Rede Globo e o que a revista Veja estão fazendo", ressalta.
O cientista social falou ainda da importância das redes sociais como o contrapeso à grande mídia, mostrando outras versões, outras opiniões, listas completas dos denunciados.
O professor falou ainda do grave risco que corre a democracia e citou a grande conspiração política do vice-presidente Michel Temer e Eduardo Cunha (ambos do PMDB) para chegar ao poder. "Saindo a Dilma quem assume é o Michel Temer e ele não é das pessoas mais puras que temos no cenário político (…) e seu sucessor passa a ser Eduardo Cunha. Já está ficando claro para população que isso é uma conspiração política. Ingênuos são aqueles que não percebem isso", destacou Paulo Niccoli Ramirez.
Assista abaixo a íntegra da entrevista: