Vanessa afirma em programa de TV que oposição fez acordo com Cunha 

A líder do PCdoB no Senado, Vanessa Grazziotin (AM), foi uma das convidadas do programa "Mariana Godoy Entrevista" que foi ao ar nesta sexta-feira (15). Vanessa anunciou que logo após sua participação no programa voltaria para Brasília, onde acompanha a votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados. Processo que ela define como “golpe”. 

Vanessa afirma em programa de TV que oposição fez acordo com Cunha - RedeTV

"Estamos tratando de um processo caracterizado como golpe. O impeachment está previsto na Constituição, mas a gente diz que é golpe pois não há crime caracterizado", disse Vanessa, que participou do programa em companhia do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

Ela admitiu que o país vive uma crise econômica, mas o pedido de impeachment não tem nada a ver com essa crise. “A crise econômica que estamos vivendo o mundo inteiro vive. É óbvio que vivemos uma crise do capitalismo global”, acrescentando que a presidenta ainda não conseguiu governar no seu segundo mandato, porque a oposição se utiliza da crise econômica, em uma política “quanto pior, melhor" para perpetrar o golpe.

Após a defesa feita pelo senador Cássio Cunha Lima de que o impeachment deve passar na Câmara, Grazziotin indagou "de que maneira governaria Michel Temer tendo como vice Eduardo Cunha? Quero que fique claro que esse impeachment só está saindo pois a oposição fez um acordo com Eduardo Cunha."

A senadora deixou claro que o crime de responsabilidade nunca foi considerado "crime" pelo Tribunal de Contas da União (TCU): "Pedalada é apenas um arranjo contábil… O Fernando Henrique fez, a presidente Dilma fez, todos fizeram.” Para ela, a intenção de Cunha ao aceitar o pedido de impeachment é terminar seu mandato de deputado federal sem cassação, á que está sendo julgado pelo Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar e já é réu – o primeiro do Legislativo brasileiro – na Operação Lava-Jato, que investiga pagamento de propina a políticos pela Petrobras.

Grazziotin condenou o suposto vazamento de um discurso de 15 minutos do vice Michel Temer já discursando como presidente da República: "Seria mais respeitoso se ele dissesse que divulgou, e não que vazou (…) Ele não fala um minuto sequer em corrupção."

A senadora Grazziotin afirmou ainda que "a gente tem que parar de enganar o povo (…) Se ela ganhar, o PSDB tem que estender a mão." Mas, para o senador tucano, se não passar o impeachment “será o caos completo”, reafirmando a estratégia da oposição de “quanto pior, melhor.”