Para 58% dos brasileiros, o golpe não é solução para o país

O maior percentual de pessoas contra o golpe foi registrado no Nordeste, onde 54% são contra e 40% favoráveis. Já no Centro Oeste/Norte foi registrado o maior percentual a favor do golpe – 65% a favor e 28% contrários. Em seguida, veem Sudeste, com 63% a favor e 32% contra; e, Sul, com 62% a favor e 33% contra o golpe. 

Lançamento do MCMV se transforma em ato contra o golpe

Para 49% dos entrevistados, o processo de impeachment é vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF). 28% discordam desta afirmação, 13% não concordam nem discordam e 10% não souberam ou não quiseram responder.

Já o ex-presidente Lula, apesar do massacre midiático que vem sofrendo nos últimos meses, continua sendo avaliado como o melhor presidente que o Brasil já teve. Essa é a avaliação de 45% dos entrevistados. Em fevereiro esse índice era de 40% e em dezembro de 2015, de 44%. O segundo colocado é FHC, com 15%.

A pesquisa CUT/Vox Populi mostra que a divisão dos brasileiros em torno da possível cassação do mandato de Dilma não está apenas nos que são pró e contra o impeachment ou quanto aos benefícios ou prejuízos do golpe para o Brasil, para a classe trabalhadora e toda a sociedade. Os brasileiros estão divididos também quanto ao oportunismo dos parlamentares, quanto ao
comportamento do “quanto pior melhor”, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) adotou desde que perdeu as eleições no ano passado e quanto à insegurança sobre o futuro do país.

Oportunismo da oposição

Metade da sociedade, exatos 50% contra 45% registrado em dezembro de 2015, acredita que a oposição está sendo oportunista, se aproveitando do desgaste do governo com a crise econômica para tirar Dilma do poder. Isso, sem pensar que o golpe vai aumentar as dificuldades do Brasil. Já 41%, contra 39% de dezembro, acham que a oposição está apenas fazendo seu papel e que a saída de Dilma vai ajudar o Brasil a resolver seus problemas.

A população está dividida e não sabe se Dilma será ou não afastada do cargo na votação do impeachment. O percentual dos que acreditam que Dilma será cassada é exatamente igual aos dos que não acreditam nesta possibilidade – 44%. Outros 12% não souberam ou não responderam à pergunta “Dilma sofrerá um impeachment?”. Em dezembro de 2015, 46% não acreditavam no impeachment contra 39% que acreditavam que Dilma seria cassada.

Para 45% dos entrevistados, a presidenta Dilma sairá fortalecida se não houver impeachment. Para 29% enfraquecida e para 20%, fica igual como está agora. Os percentuais são muito parecidos com os de dezembro de 2015.

Foram ouvidas duas mil pessoas com idade superior a 16 anos, em todos os estados e no Distrito Federal, exceto Roraima , de áreas urbanas e rurais de 118 municípios das regiões Centro Oeste/Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.