Pimentel: Só do voto popular advém a legitimidade dos governos
O governador de Minas, Fernando Pimentel, presidiu nesta quinta (21), em Ouro Preto, solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência. No evento, fez críticas ao pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e questionou a legitimidade de um eventual governo que resulte deste processo. Para ele, o país precisa deixar de lado o confronto político para garantir que a economia volte a crescer. O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, e manifestantes contrários ao golpe participaram do ato.
Publicado 21/04/2016 16:15
"Neste 21 de abril, minhas primeiras palavras são de fé e esperança no futuro. Neste momento dramático da vida nacional devemos renovar nosso compromisso com a Nação", disse Pimentel. "O novo nome da liberdade é a defesa da democracia e a defesa da vontade expressa do povo, que é o voto popular", reforçou.
"Seja qual for o desfecho da crise que atravessamos, nosso país precisa passar por um processo de pacificação, sem isso não encontraremos saída para a recuperação da economia e retomada do crescimento. Sem isso colocaremos em risco conquistas recentes. É preciso voltar a crescer para gerar emprego e renda", ressaltou.
Pimentel criticou o uso de atalhos jurídicos para o golpe e o uso da mídia contra o Estado Democrático de Direito. El defendeu a legitimidade do voto. Segundo ele, os parlamentos têm papel importante, representam os eleitores, “mas nada supera o valor e a supremacia absoluta do voto popular. É dele e somente dele que advém a legitimidade dos governos e dos poderes”, afirmou ele, numa referência a um hipotético governo Michel Temer. “A legitimidade não brota. Não surge como mágica”, disparou.
"É ao voto que devemos recorrer em momentos de graves crises. Daqui, a voz de Minas Gerais é em defesa do primeiro e mais valioso princípio democrático: a eleição direta e o voto popular", disse.
No entorno da Praça Tirandentes, onde aconteceu a cerimônia, manifestantes trouxeram faixas contra o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Quando o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (PMDB), foi chamado para entregar medalhas houve manifestações contra o PMDB e gritos de "fora Temer".
Integrantes dos movimentos sociais compareceram à cerimônia, muitos usando camisetas onde se lia "luto em defesa da democracia", em protesto contra o impeachment. No vídeo abaixo, eles gritam que não vai ter golpe.