Procurador admite: Dilma não tem crime de responsabilidade em 2015

Durante sessão da comissão especial do impeachment no Senado, na manhã desta segunda-feira (2), o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Julio Marcelo de Oliveira, admitiu, sem querer, que não há registro de utilização da Caixa Econômica Federal, no ano de 2015, por parte da presidenta Dilma Rousseff.  Com isso, o procurador nega o objeto da denúncia e confirma que não houve crime de responsabilidade fiscal.

Gleisi x procurador

Mostrando os gráficos de 2013 e 2014, na comissão do impeachment, Julio Marcelo, que é um dos responsáveis pela tese das “pedaladas fiscais”, reconheceu que não houve nenhuma antecipação de recursos da Caixa Econômica Federal ao governo federal no ano de 2015 e se viu obrigado a admitir que a presidenta Dilma Rousseff reembolsou, integralmente, os bancos públicos pelos adiantamentos feitos para alguns programas do governo nos anos anteriores a 2015.

Ao ser questionado pela senadora Gleisi Hoffmann sobre as planilhas de 2015, o procurador afirma: “Não, no final de 2014, o gráfico mostra, o governo faz o pagamento”. “Em 2015, o governo não deveu mais à Caixa. Esse foi um recurso utilizado em 2013 e 2014.” A senadora pede para ele confirmar e o procurador fala categoricamente: “Em relação à Caixa Econômica Federal, em 2015, não há o registro de utilização da Caixa [por parte do governo] como cheque especial”.

Ao perceber a “gafe” do procurador, a oposição tentou abafar a sua fala, dizendo que ele ficou confuso, mas o depoimento de Julio Marcelo de Oliveira já havia sido registrado. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi o primeiro a dizer: “Isso é importante porque a acusação se refere a 2015”.

Assista o vídeo em que o procurador admite que não há crime de responsabilidade.

Forçação de barra para enquandrar a presidenta da República

Ainda em sua fala Gleisi interroga o procurador sobre a "irresponsabilidade" do TCU de não ter emitido alerta ao governo federal sobre pagamentos, o que acaba admitindo que não era grave. "Foi muito importante o senhor dizer que nenhum alerta foi feito porque a lei de responsabilidade fiscal manda fazer alerta quando os fatos comprometem os custos ou os resultados dos programas ou indícios de irregularidade na gestão orçamentária antes de aplicar uma penalização. E aqui vossas senhorias estão defendendo a penalização máxima que é a perda de mandato da presidenta sem ter emitido um único alerta sequer". diz Gleisi.

A senadora questiona ainda se o procurador apagou mensagens postadas em suas redes sociais contendo opinião dele sobre o governo Dilma e pergunta ainda se ele nega ter participado de manifestações de rua contra o governo.
No vídeo, o questionamento da senador Gleisi: