Daniel Almeida alerta para caminhos da mídia brasileira 

Na data em que se comemora o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa – nesta terça-feira (3) -, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), alertou para a situação atual da mídia brasileira. Em discurso no Plenário da Câmara, o líder do PCdoB na Casa, criticou a grande mídia, que, na contramão da história, se posiciona a favor dos movimentos golpistas e elogiou a atuação da imprensa alternativa, “mais ética e próxima dos interesses dos brasileiros.” 

Daniel Almeida alerta para caminhos da mídia brasileira - Ass. Lid. PCdoB na Câmara

“O Brasil vive um momento singular na história com a possibilidade de um golpe contra a democracia e a liberdade. Contraditoriamente, a própria imprensa, que em anos passados, foi vítima da ditadura, têm se posicionado a favor dos movimentos golpistas, que podem tolher o direito à liberdade e à democracia”, avaliou o parlamentar.

“Por outro lado, existe uma imprensa, até então, pouco valorizada, mas nos dias de hoje, muito pulverizada e atuante em todo o Brasil, chamada imprensa alternativa, que é formada por bloggers e instabloggers, que tem inclusive, pautado a grande imprensa, em muitos momentos, de maneira despretensiosa, porém mais ética e próxima dos interesses dos brasileiros”, afirmou.

E acrescentou que “da mesma forma que não podemos aceitar que a imprensa seja cerceada do seu direito de divulgar informações de interesse público, precisamos defender o direito de todos os jornalistas, de investigar e publicar informações de maneira livre e responsável. Paralelo a isso, nosso papel é exigir, que as informações sejam veiculadas sob as diretrizes da ética e da moral.”

Direitos humanos

O parlamentar citou o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos para defender o seu ponto de vista: “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão”.

E lamentou que, na prática, a recomendação não seja observada no mundo e nem no Brasil. No Brasil, atos contra a liberdade de imprensa aconteceram, principalmente durante a Ditadura Militar, nas décadas de 1960 a 1980, porém hoje se repetem. São atos que tem como pano de fundo intimidar a atuação profissional de jornalistas.

Um relatório da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) apontou que o Brasil teve oito jornalistas mortos e 64 agredidos em 2015. O documento cita um ranking da ONG Press Emblem Campaign, que coloca o país como o quinto mais perigoso para os profissionais da impressa – atrás de Síria, Iraque, México e França.

O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1993, para alertar sobre as impunidades cometidas contra centenas de jornalistas que são torturados ou assassinados como consequência de perseguições por informações apuradas e publicadas por estes profissionais.