Vanessa Grazziotin: Estamos diante de um colégio eleitoral de exceção

Durante a sessão do comissão especial do impeachment no Senado, que aprovou nesta sexta-feira (6), por 15 votos a 5, o parecer apresentado pelo relator tucano Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff, ao votar "não" a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) denunciou o golpe e classificou a sessão como um "colégio eleitoral de exceção".

Vanessa Grazziotin

"Eu não acho que estamos diante de um tribunal de exceção, mas de um colégio eleitoral de exceção. Estamos diante – diferentemente de 1992 em que a denúncia veio da sociedade brasileira – de uma denúncia que veio da sede nacional de um partido. Que custou R$ 45 mil e foi paga pelo PSDB. Naõ bastasse isso, quem denuncia é quem relata o processo", rebateu a senadora diante dos parlamentares.

E acrescentou: "O que está sendo julgado é o modelo que eles, como disseram há pouco, acham demagógico e populista implantado 13 anos. Mas foi o primeiro modelo em toda a nossa história que privilegiou e olhou, não para os bancos, mas para o trabalhador brasileiro".

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou os "golpistas da Constituição" e comparou o atual processo de impeachment a uma "infração de trânsito" que é punida "com a pena de morte". 

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) enfatizou que o principal motivo do golpe é retirar direitos dos trabalhadores.

"O motivo desse golpe é retirar direito dos trabalhadores. Eu não estou inventando, está aqui a Ponte para o Futuro que foi lançada por Michel Temer justamente para se colocar como alternativa à Presidência da República. Tá escrito aqui: fim da política de valorização do salário mínimo; fim da vinculação do salário mínimo com os benefícios previdenciários. Ou seja, estão queremos pagar menos de uma salário mínimo para aposente", destacou.